As vendas dos setores do varejo mais influenciados pela Black Friday devem crescer 3% em novembro no Estado de São Paulo, alcançando R$ 82,7 bilhões, segundo projeções da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
A estimativa aponta para um avanço menor que o registrado na Black Friday de 2024, quando o faturamento aumentou 10% na comparação anual.
Segundo a FecomercioSP, o ritmo mais lento reflete um consumidor que continua comprando, mas com cautela, maior seletividade, menos compras por impulso e preferência por produtos de menor valor.
Esse comportamento, segundo a entidade, está ligado aos juros elevados, à desaceleração do emprego formal, que reduz o crescimento da massa salarial, e às incertezas políticas relacionadas a 2026, que afetam expectativas fiscais e a confiança.
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Moda e eletrônicos devem liderar vendas na Black Friday de SP
Entre os setores mais impulsionados pela Black Friday, o grupo de vestuário, tecidos e calçados deve registrar faturamento de R$ 11,68 bilhões, alta de 5,2%. A movimentação indica recomposição do segmento após anos mais fracos, apoiada por promoções e pela reposição de peças.
Já as atividades de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento devem atingir um faturamento de R$ 10,08 bilhões, com avanço de 3,2%. A entidade classifica o crescimento como moderado, considerando o peso do segmento para o varejo paulista.
Em farmácias e perfumarias, a estimativa é de alta de 2,6% no faturamento com as vendas da Black Friday desse ano, para R$ 13 bilhões, revelando um sinal de estabilidade no consumo.
Supermercados devem faturar mais com impulso da renda
A estimativa da FecomercioSP é que os supermercados devam movimentar mais de R$ 46 bilhões na temporada de promoções, com alta de 2,8% e ganho absoluto de R$ 1,26 bilhão.
Segundo o levantamento, embora o setor seja menos dependente das promoções de Black Friday e responda principalmente ao comportamento da renda das famílias, as redes de supermercados aproveitam o evento para impulsionar vendas de eletrônicos e alimentos de conveniência.
Vendas de móveis e decoração devem recuar
Para o segmento de móveis e decoração a projeção é de que as vendas devam recuar 2% e obter faturamento de R$ 1,86 bilhão no período. Por trás dessa queda persiste uma preocupação dos consumidores em evitar endividamentos de longo prazo e priorizar reposições e itens de menor valor.
De modo geral, a FecomercioSP avalia que a Black Friday será positiva, mas sem uma forte aceleração, considerando que o mercado ainda ajusta seu ritmo de consumo às condições de renda e às promoções.
Black Friday mudou o calendário do varejo paulista
Segundo levantamento da FecomercioSP, novembro já é o segundo mês de maior faturamento para o varejo paulista, perdendo apenas para dezembro. Em 2008, antes da Black Friday, novembro ocupava a sexta colocação nesse ranking.
Thiago Carvalho, assessor da FecomercioSP, explica que esse crescimento é atribuído especialmente à expansão da data, inicialmente concentrada no comércio eletrônico, e que hoje alcança também as lojas físicas.
“As promoções, que antes duravam apenas um dia ou fim de semana, agora se estendem por todo o mês — movimento conhecido como Black November”, ressalta.
Outra mudança citada por Carvalho é a diversificação do consumo, antes concentrada em eletrodomésticos e eletrônicos, a demanda agora abrange setores como farmácias e perfumarias.
Em alguns segmentos, como eletrodomésticos e eletrônicos, o faturamento de novembro já se aproxima do de dezembro, tradicionalmente o mês mais forte do varejo.
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Décimo terceiro salário reforça expectativa de vendas
Carvalho comenta que neste ano, a Black Friday coincidirá com o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário, o que pode reforçar o movimento do varejo e influenciar o desempenho das empresas.









