O sonho do carro zero quilômetro continua vivo na mente do brasileiro, mesmo com os preços desafiando a lógica do orçamento doméstico. Para quem busca independência do transporte público ou precisa de uma ferramenta de trabalho, os modelos de entrada em 2025 surgem como as únicas opções viáveis abaixo da barreira dos R$ 90 mil.
A disputa pelo posto de mais barato?
A briga pelo título de carro mais acessível do país está concentrada em três protagonistas que utilizam estratégias diferentes para conquistar o bolso do consumidor. O Citroën C3 tem se destacado agressivamente com versões como a Live 1.0, partindo de aproximadamente R$ 76.990, oferecendo um porte de hatch compacto com preço de subcompacto. Ele entrega um espaço interno superior aos rivais diretos e uma posição de dirigir elevada que agrada quem gosta de SUVs.
Do outro lado do ringue, o Fiat Mobi e o Renault Kwid apostam na receita dos subcompactos urbanos fáceis de estacionar, custando cerca de R$ 74.500 e R$ 75.800 respectivamente. O modelo da Fiat mantém o motor Fire de quatro cilindros, conhecido pela manutenção barata e robustez para enfrentar buracos. Já o Kwid aposta na eficiência do motor de três cilindros e em um pacote de segurança passiva superior, sendo o único da categoria a oferecer quatro airbags de série.

O SUV que quebrou as regras de preço?
O lançamento do Citroën Basalt sacudiu o mercado ao posicionar um SUV cupê com preço de hatch completo, iniciando na faixa de R$ 98.900 na versão de entrada. A marca francesa utilizou a plataforma do C3 para criar um veículo com visual moderno e porta-malas generoso, equipando a versão de entrada com o motor 1.0 Firefly aspirado. Essa jogada de mestre permitiu entregar o status de utilitário esportivo por um valor que antes comprava apenas carros populares pequenos.
Essa estratégia atrai o consumidor que sonha com um carro mais alto e imponente, mas que não tem orçamento para modelos com motor turbo mais caros. Embora o desempenho do motor 1.0 aspirado seja modesto para o tamanho do Basalt, ele cumpre bem o papel no uso urbano cotidiano. A relação custo-benefício, portanto, torna-se o principal argumento de venda deste modelo em 2025.

Vale a pena subir de categoria?
Muitas vezes, esticar o orçamento em cerca de 10% permite acessar carros que oferecem uma experiência de condução muito superior à dos subcompactos. O Fiat Argo, custando aproximadamente R$ 86.000, e o Volkswagen Polo Track, na casa dos R$ 90.000, são exemplos perfeitos dessa racionalidade financeira. Eles entregam plataformas mais largas, maior estabilidade em rodovias e acabamento interno mais cuidado que os modelos de entrada.
Esses modelos “populares premium” sofrem menos com a desvalorização e oferecem mais conforto para quem transporta passageiros no banco traseiro com frequência. O Polo Track, especificamente, herdou a robustez mecânica do antigo Gol, mas com uma segurança estrutural muito mais moderna e eficiente. Analisar essa diferença de preço na parcela do financiamento pode revelar que o salto de qualidade custa menos do que parece.
O que considerar além do preço?
A escolha do carro ideal não deve se basear apenas na etiqueta da concessionária, mas sim no custo total de propriedade ao longo dos anos. O consumo de combustível, o valor do seguro e a cesta de peças de reposição podem transformar um carro barato em um vilão do orçamento mensal. O Renault Kwid, por exemplo, costuma levar vantagem no consumo, enquanto o Fiat Mobi é elogiado pela facilidade de manutenção em oficinas independentes.
Testar o carro antes de assinar o contrato é fundamental para verificar se a ergonomia e o desempenho atendem suas expectativas reais. Antes de decidir, verifique os seguintes pontos essenciais listados abaixo que impactam o bolso. Essa análise prévia evita arrependimentos futuros e garante que o veículo caiba no seu planejamento financeiro.
- Custo das revisões tabeladas até 60.000 km.
- Preço médio do seguro para seu CEP.
- Consumo urbano com o combustível de sua preferência.
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Comparativo técnico dos populares?
Para facilitar a sua decisão, reunimos os dados essenciais das versões de entrada que dominam o mercado com seus respectivos preços médios sugeridos. A tabela abaixo destaca os pontos fortes e o conjunto mecânico de cada concorrente para que você visualize qual atende melhor sua rotina. A seguir, veja os dados da tabela para comparativo das opções mais acessíveis de 2025:
| Modelo | Preço Médio Estimado | Destaque Principal | Ponto de Atenção |
| Fiat Mobi Like | R$ 74.500 | Robustez de suspensão | Motor de projeto antigo |
| Renault Kwid Zen | R$ 75.800 | 4 Airbags e economia | Largura interna limitada |
| Citroën C3 Live | R$ 76.990 | Espaço interno e altura | Acabamento simples |
| Fiat Argo 1.0 | R$ 86.000 | Equilíbrio geral | Multimídia opcional na base |
| Citroën Basalt Feel | R$ 98.900 | Porta-malas e design | Desempenho modesto |
Um motor 1.0 aspirado pode ser econômico na cidade, mas exigir paciência em viagens com o carro carregado e ar-condicionado ligado. Finalmente, a compra racional é aquela que equilibra o valor da parcela com a satisfação diária ao volante.









