O economista Álvaro Frasson, do BTG Pactual, afirmou que o Banco Central tem espaço para iniciar o ciclo de redução da taxa de juros em janeiro, com um corte de 0,25 ponto percentual, mas o ciclo tende a ser gradual para preservar a credibilidade da política monetária.
A declaração foi dada pelo macro estrategista do BTG durante o painel “Cenário Econômico: Desafios e Oportunidades para 2026”, no Dia do Investidor – Mapa 2026, realizado nesta quinta-feira (4) pelo Monitor do Mercado.
“Se agora for o primeiro ciclo de cortes do Gabriel Galípolo, não tenho dúvidas de que ele desejará um ciclo com ancoragem das expectativas. Para isso acontecer, precisa dar um tom hawkish, iniciando com corte de 0,25 p.p em janeiro e março”, afirmou.
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Juros devem ter efeito mais forte só a partir de 2027
O economista lembrou que os efeitos de mudanças na Selic demoram entre 12 e 24 meses para se refletirem plenamente na economia, e justamente por isso o Banco Central costuma olhar para um horizonte de 18 meses (horizonte relevante) para tomar decisões.
“Cortar os juros no início de 2026 só traria efeitos reais em 2027”, afirmou.
Ele avaliou ainda que a atual gestão do Banco Central é a primeira com troca de comando em meio a um governo. Para Frasson, Gabriel Galípolo tem conduzido a política monetária com pragmatismo e perspectiva técnica.
Inflação recua com real mais forte e impacto da safra
Frasson destacou que a inflação projetada para 2025 caiu de forma significativa, refletindo queda dos preços em diversos setores. Ele citou o caso de alimentos básicos. “Arroz e feijão registram deflação de 20% no ano”, disse.
A apreciação do real, favorecida pela desvalorização do dólar, combinada com uma safra forte e aumento das importações de produtos chineses, ajudou a reduzir tanto a inflação corrente quanto as expectativas futuras.
Crédito seguirá pressionado no 1º semestre
Na avaliação de Frasson, o ambiente de crédito continuará desafiador no primeiro semestre de 2026, com inadimplência elevada entre famílias e empresas. A expectativa é de melhora gradual no segundo semestre, caso a taxa Selic se aproxime de 12%.
“Acredito que o pior ainda possa aparecer entre o primeiro e o segundo trimestre”, disse.
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Energia e setores da bolsa
O economista afirmou que o Brasil tem vantagem competitiva na matriz energética, mas precisa ampliar investimentos em energia limpa para transformar este potencial.
No mercado acionário, Frasson acredita que empresas ligadas ao ciclo doméstico podem ter desempenho superior às exportadoras de commodities. “Não consigo ver demanda global surpreendendo para cima. Empresas domésticas alavancadas podem destravar valor com cortes de juros”, afirmou.
Dia do Investidor – Mapa 2026
Este é só o começo da SUPER LIVE de nove horas. O evento contará ainda com especialistas de diversas áreas e empresas como BTG Pactual, Wiser Investimentos, Portal das Commodities, Avenue, TRX e HSI.
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