O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,1% no terceiro trimestre de 2025, na comparação com o trimestre anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo da expectativa mediana do mercado, de 0,2%.
Os números divulgados nesta quinta-feira (4) mostraram que o setor de Serviços — que representa a maior fatia da economia — ficou praticamente estável (0,1%), enquanto Agropecuária (0,4%) e Indústria (0,8%) registraram alta.
Em valores correntes, o PIB somou R$ 3,2 trilhões. O valor adicionado foi de R$ 176,2 bilhões na Agropecuária, R$ 682,2 bilhões na Indústria e R$ 1,9 trilhão em Serviços.
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Serviços perde força, enquanto agro e petróleo sustentam PIB
Três atividades de Serviços tiveram alta: Transporte, armazenagem e correio (2,7%), Informação e comunicação (1,5%) e Atividades imobiliárias (0,8%). Por outro lado, Atividades financeiras recuaram 1,0%, o que contribuiu para o desempenho mais fraco do setor.
Na Indústria, extrativas subiram 1,7%, construção avançou 1,3% e transformação cresceu 0,3%. Já eletricidade e saneamento caíram 1,0%.
Pelo lado da demanda, o Consumo das Famílias ficou estável (0,1%), enquanto o Consumo do Governo avançou 1,3%. A Formação Bruta de Capital Fixo, indicador de investimentos, cresceu 0,9%.
Leitura do PIB na comparação anual
Na comparação com o terceiro trimestre de 2024, o PIB cresceu 1,8%. O resultado foi impulsionado pela Agropecuária, que saltou 10,1% na comparação anual, com forte desempenho de milho (23,5%), laranja (13,5%) e algodão (10,6%). Na Indústria, a alta foi de 1,7%, com destaque para extrativa (11,9%).
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Serviços cresceram 1,3% no mesmo intervalo, com avanço expressivo em informação e comunicação (5,3%) e transporte (4,2%).
No acumulado de quatro trimestres, o PIB aumentou 2,7%, com crescimento em Agropecuária (9,6%), Indústria (1,8%) e Serviços (2,2%).
Mercado aponta perda de tração no consumo e efeitos da política monetária
Para Antonio Ricciardi, economista do Banco Daycoval, o resultado veio levemente acima do esperado, mas com sinais claros de desaceleração nos componentes mais sensíveis aos juros.
“O consumo das famílias mostrou uma desaceleração muito forte, com avanço de 0,4% ano contra ano, abaixo das estimativas”, afirmou.
Ele destaca que o bom desempenho do agro foi a principal surpresa positiva, enquanto serviços ligados às famílias ficaram mais fracos.
Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Wealth, avalia que a perda de ritmo pode não ser suficiente para garantir convergência plena da inflação à meta. Ele projeta início dos cortes de juros apenas a partir de março de 2026.
Projeções revisadas e expectativas para 2026
Para Leonardo Costa, economista do ASA, a atividade tem moderado ao longo do ano. “A economia vem perdendo tração, especialmente no consumo das famílias, reflexo do aperto monetário”, disse.
O ASA revisou suas projeções, hoje em 2,2%, mas sem expectativa de mudanças significativas.
O Banco Inter elevou sua projeção de PIB para 2025 de 2,1% para 2,2% e vê possibilidade de cortes de juros já no início de 2026. “O cenário caminha para um pouso suave, com inflação dentro da meta”, afirmou o economista André Valério.
Na visão do Ministério da Fazenda, representado pelo secretário Guilherme Mello, o resultado veio dentro do previsto. A expectativa oficial é de crescimento entre 2,2% e 2,3% em 2025.









