A lei da coleta seletiva, estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei nº 12.305/2010), define as diretrizes para a gestão do lixo no Brasil. Entender sua aplicação em condomínios e bairros é o primeiro passo para uma gestão de resíduos mais sustentável.
O que a lei da coleta seletiva realmente obriga?
A PNRS estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Isso significa que a obrigação de gerenciar os resíduos é de todos: fabricantes, importadores, comerciantes, consumidores e do poder público. A lei não multa o cidadão individualmente por não separar o lixo.

No entanto, ela obriga os municípios a criarem e implementarem seus planos de gestão de resíduos, que devem incluir programas de coleta seletiva. Condomínios, como grandes geradores de lixo, são peças-chave e podem ser obrigados a se adaptar às regras municipais para obter a coleta.
Como implementar a coleta seletiva no meu condomínio?
Implementar a coleta seletiva em um condomínio é mais simples do que parece e começa com comunicação. O primeiro passo é conscientizar os moradores sobre a importância e ensinar como separar os resíduos corretamente, geralmente em duas categorias básicas: recicláveis (secos) e orgânicos/rejeitos (úmidos).
Depois, o condomínio precisa providenciar lixeiras adequadas e sinalizadas. É fundamental verificar se o serviço de coleta seletiva da prefeitura atende à sua rua ou se será necessário firmar parceria com cooperativas de catadores, uma prática incentivada pela própria lei.
Passos para a implementação:
- Comunicação: Faça campanhas de conscientização para os moradores.
- Estrutura: Instale lixeiras identificadas para lixo seco e lixo úmido.
- Logística: Defina um local para o armazenamento temporário dos recicláveis.
- Parceria: Contate a prefeitura ou cooperativas locais para o recolhimento.
Leia também: Comunicado para todos os brasileiros sobre as novas regras da gorjeta em bares e restaurantes – Monitor do Mercado
Quais as responsabilidades de cada um no processo?
O sucesso da coleta seletiva depende do engajamento de todos. O morador é responsável por fazer a separação correta dentro de sua casa. O síndico e a administração do condomínio devem garantir a infraestrutura (lixeiras) e a destinação correta dos materiais.
Ao poder público, conforme determina a lei no portal do Planalto, cabe a organização e a realização da coleta e do transporte dos resíduos para locais adequados, como aterros sanitários (rejeitos) e centrais de triagem (recicláveis).
Para compreender a responsabilidade de todos na gestão de resíduos, o canal Valor Ambiental, que conta com mais de 23 mil inscritos, traz uma aula sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12.305. O especialista Livinho Atos explica a importância da lei e a priorização da gestão (não geração, redução, reutilização, reciclagem):
Como separar o lixo corretamente?
A separação básica é a mais eficiente para começar. Ela consiste em dividir os resíduos em apenas duas categorias: recicláveis e não recicláveis. Essa simplicidade aumenta a adesão dos moradores e facilita a triagem pelas cooperativas. A tabela abaixo ajuda a entender a divisão.
| Categoria | O que é? | Exemplos |
| Recicláveis (Secos) | Materiais que podem ser reutilizados (limpos). | Papel, plástico, vidro, metal, embalagens longa vida. |
| Orgânicos (Úmidos) | Restos de alimentos e materiais de origem biológica. | Cascas de frutas, restos de comida, borra de café. |
| Rejeitos | Lixo que não pode ser reciclado nem compostado. | Lixo de banheiro, fraldas, absorventes, bitucas de cigarro. |
