Em meio as pressões para o rompimento do contrato de concessão da distribuição de energia da Enel São Paulo na região metropolitana do estado, o Citi apontou que a CPFL Energia (CPFE3) é a favorita para assumir o posto.
A companhia já opera no interior e litoral paulista e se beneficiaria de eventuais sinergias operacionais. Após a divulgação do relatório, os papéis da CPFL operavam em alta de 2,82%, aos R$ 52,40, por volta das 11h50.
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Avaliação financeira da Enel São Paulo
De acordo com o Citi, a Base de Ativos Regulatórios (RAB) líquida da Enel São Paulo é estimada em R$ 15,3 bilhões ao fim de 2025. A RAB representa o valor dos ativos reconhecidos pela agência reguladora para fins de remuneração da concessionária.
Assumindo uma eventual venda a 1,2 vez o múltiplo EV/RAB, o banco estima um valor empresarial (EV) de R$ 18,4 bilhões e um valor patrimonial próximo de R$ 8,9 bilhões.
O relatório ressalta, no entanto, que um ativo dessa relevância tende a atrair outros interessados, o que pode elevar a concorrência em um eventual processo de venda ou relicitação.
Histórico pesa na avaliação do mercado
O banco relembra que a venda de uma concessão problemática já foi adotada pelo grupo italiano no Brasil. Em Goiás, a empresa vendeu a CELG para a Equatorial após acumular reclamações relacionadas à qualidade do serviço.
“A Enel operou a CELG por seis anos, quando começaram a se acumular falhas no fornecimento e atrasos na recomposição da energia. Em 2022, houve a abertura de um processo de caducidade, mas o ativo acabou sendo vendido em 2023”, afirmou João Pimentel, diretor do Citi, no relatório.
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Governo avançou com processo de caducidade
Nesta terça-feira (16), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes, anunciaram a abertura do processo de caducidade da concessão da Enel Distribuição São Paulo.
A medida impede uma possível renovação do contrato e foi anunciada após reunião no Palácio dos Bandeirantes, em meio à repercussão de novos apagões na Grande São Paulo.
Segundo Silveira, o governo federal, o Estado e o município atuam de forma coordenada para dar início a um processo regulatório rigoroso. Tarcísio afirmou que a avaliação do governo paulista é de que a situação da concessionária se tornou insustentável.
Enel nega notificação formal
Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite desta terça, a Enel São Paulo afirmou que não foi formalmente comunicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre a instauração de qualquer procedimento relacionado à sua concessão.
A empresa disse que segue acompanhando o tema e permanece à disposição das autoridades regulatórias, reiterando o compromisso com a prestação do serviço dentro de sua área de atuação.
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Prejuízos em São Paulo após apagão da Enel
O apagão mais recente na última semana chegou a afetar cerca de 2,3 milhões de consumidores. De acordo com cálculos da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o prejuízo estimado para o comércio paulistano é de R$ 93,4 milhões.
Segundo o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, os prejuízos são difíceis de mensurar com precisão. Isso porque os efeitos do ciclone não ocorreram de forma homogênea na capital, e algumas regiões ainda enfrentam problemas no fornecimento de energia.


