Lisboa, fundada oficialmente como capital portuguesa em 1147 após a reconquista aos mouros, ostenta o título de uma das cidades mais antigas da Europa, superando inclusive capitais como Roma e Paris em longevidade. Situada na foz do rio Tejo, a “Cidade das Sete Colinas” preserva um mosaico de épocas, onde muralhas medievais convivem harmoniosamente com praças neoclássicas e uma modernidade vibrante.
Como explorar as raízes medievais e o castelo?
A história da reconquista ganha vida no Castelo de São Jorge, que domina a silhueta da cidade no topo da colina mais alta. O bairro de Alfama, que sobreviveu ao devastador terramoto de 1755, mantém o traçado mourisco original com ruas tão estreitas que quase impedem a passagem de veículos. Portanto, caminhar sem rumo por estas ruelas constitui a melhor forma de descobrir pátios escondidos e o quotidiano dos lisboetas.
A Sé de Lisboa, construída logo após a tomada da cidade em 1147, funciona como um marco da transição religiosa e arquitetónica da época. Além disso, os diversos miradouros da zona leste proporcionam a perspetiva perfeita sobre o contraste entre o casario antigo e a imensidão do Tejo.
| Local Histórico | Época / Estilo | Destaque da Visita |
| Castelo de São Jorge | Medieval (Séc. XI) | Vistas panorâmicas e as muralhas defensivas. |
| Sé de Lisboa | Românico / Gótico | O claustro escavado com ruínas de várias eras. |
| Panteão Nacional | Barroco | Arquitetura imponente e túmulos de figuras ilustres. |

Onde encontrar o legado dos descobrimentos?
Embora Lisboa seja milenar, o seu período de maior glória ocorreu durante o século XVI, quando a cidade serviu de porto de partida para as caravelas que mapearam o mundo. O bairro de Belém concentra os monumentos que celebram esta era dourada. O Mosteiro dos Jerónimos, uma obra-prima do estilo manuelino, impressiona pelos seus detalhes marítimos esculpidos na pedra.
Próximo dali, a Torre de Belém funcionava tanto como fortaleza quanto como porta de entrada para quem chegava pelo mar. A seguir, veja uma lista de pontos fundamentais para compreender este período:
- Padrão dos Descobrimentos: Um monumento em forma de caravela que homenageia os grandes navegadores e cartógrafos.
- Museu da Marinha: Guarda réplicas e artefactos que explicam a supremacia naval portuguesa.
- Pastéis de Belém: A receita original de 1837, criada no mosteiro, representa um património gastronómico indissociável da história local.
Qual o impacto da reconstrução pombalina na baixa?
O terramoto de 1755 destruiu grande parte da cidade, forçando o Marquês de Pombal a projetar a Baixa Pombalina, um dos primeiros exemplos de urbanismo moderno e antissísmico no mundo. As ruas retas e organizadas que ligam a Praça do Comércio ao Rossio mostram uma Lisboa iluminista, elegante e comercial.
Esta zona contrasta fortemente com os bairros tradicionais e abriga o Elevador de Santa Justa, que liga a Baixa ao Chiado. O Chiado, por sua vez, atua como o centro intelectual e cosmopolita da cidade, onde livrarias centenárias e cafés históricos continuam a atrair escritores e artistas. Assim, a cidade oferece uma lição de resiliência e adaptação urbana ao longo de quase um milénio.

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Como mover-se com eficiência pela cidade histórica?
A rede de transportes de Lisboa reflete a sua geografia acidentada. O metro cobre as zonas mais modernas, mas os elétricos (trams) e os ascensores continuam a ser as ferramentas essenciais para vencer as colinas. O icónico Elétrico 28 atravessa os bairros mais antigos, embora costume estar lotado; por isso, prefira os elétricos modernos para deslocações rápidas a Belém.
Caminhar continua a ser o modo preferencial de exploração, mas exige calçado confortável para enfrentar a famosa calçada portuguesa, que pode ser escorregadia. A melhor época para visitar é durante as festas de Santo António, em junho, quando a cidade se enche de luzes e do aroma de sardinhas assadas, ou no outono, quando a luz dourada de Lisboa atinge o seu esplendor máximo.





