A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou leve queda de 0,01% em dezembro, após ter avançado 0,27% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) nesta segunda-feira (29).
Com o resultado, o indicador acumula retração de 1,05% em 2025. Em dezembro de 2024, o IGP-M registrava alta de 0,94% no mês.
O IGP-M é um indicador amplo de inflação, que acompanha a variação de preços em diferentes etapas da economia. Por isso, é utilizado como referência para reajustes de contratos, como aluguéis, tarifas e serviços.
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Segundo análise de Matheus Dias, economista do FGV Ibre, o desempenho do índice reflete um cenário de desaceleração da atividade global e elevada incerteza ao longo do ano, fatores que limitaram repasses de custos, impactando, principalmente, os preços ao produtor.
De acordo com o economista, a melhora das safras agrícolas ajudou a reduzir os preços de matérias-primas, reforçando o movimento de deflação observado no índice. Apesar disso, os preços ao consumidor mantiveram alta moderada, com pressões concentradas em serviços e habitação, ainda que tenham convergido para o intervalo de tolerância da meta ao longo do ano.
“Esse contraste evidencia a heterogeneidade da inflação e sugere um ambiente de menor pressão de custos para 2026, mas com riscos importantes em itens sensíveis à atividade econômica”, afirma.
Preços no atacado recuam com queda nas matérias-primas
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação de preços no atacado e responde pela maior parcela do IGP-M, caiu 0,12% em dezembro, após avançar 0,27% em novembro.
Entre os estágios de processamento, os Bens Finais subiram 0,07%, abaixo da alta de 0,12% registrada no mês anterior. Já o índice de Bens Finais (ex), que exclui alimentos in natura e combustíveis para consumo, passou de 0,58% para 0%.
Os Bens Intermediários recuaram 0,04%, após alta de 0,46% em novembro, enquanto o índice de Bens Intermediários (ex), que desconsidera combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 0,04%, ante avanço de 0,6% no mês anterior.
Por fim, as Matérias-Primas Brutas registraram queda de 0,3% em dezembro, revertendo a alta de 0,25% observada em novembro.
Inflação ao consumidor têm alta moderada
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,24% em dezembro, ligeiramente abaixo da alta de 0,25% registrada em novembro.
Na última leitura do ano, cinco das oito classes de despesa apresentaram desaceleração ou queda, com destaque para Saúde e Cuidados Pessoais, que passou de alta de 0,67% para queda de 0,09%, e Vestuário, que recuou 0,6%.
Também apresentaram redução nas taxas Alimentação, Comunicação e Despesas Diversas.
Por outro lado, os grupos Habitação, Educação, Leitura e Recreação, e Transportes registraram aceleração, com destaque para Educação, que subiu 1,53% no mês.
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Construção desacelera com avanço da mão de obra
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou 0,21% em dezembro, desacelerando frente à alta de 0,28% em novembro.
O grupo Materiais e Equipamentos teve redução na taxa, de 0,36% para 0,11%. O grupo Serviços inverteu o sinal, passando de queda de 0,01% para alta de 0,27%.
Já o grupo Mão de Obra acelerou de 0,22% para 0,32%, refletindo reajustes salariais no setor.





