Com até 2.000 toneladas e mais de 100 metros de comprimento, a máquina Tatuzão é uma verdadeira fábrica subterrânea sobre trilhos. Conhecida tecnicamente como Tunnel Boring Machine (TBM), ela é a responsável por construir os túneis do metrô de forma rápida e segura.
Como a máquina Tatuzão consegue escavar e construir ao mesmo tempo?
O segredo do Tatuzão está em sua roda de corte frontal, um disco gigante equipado com lâminas que gira e desagrega a terra e as rochas à sua frente. Enquanto escava, o material retirado é transportado por uma esteira para a parte de trás da máquina, de onde é levado para fora do túnel.
Ao mesmo tempo, em que avança, um braço robótico instala os anéis de concreto pré-moldado que formam as paredes definitivas do túnel. Ou seja, a máquina escava, remove a terra e constrói o túnel em um único processo contínuo, avançando vários metros por dia.
O que acontece com as toneladas de terra retiradas do subsolo?
Todo o material escavado pela roda de corte é recolhido e transportado por uma correia transportadora que percorre todo o corpo da máquina. Na parte traseira, essa terra é depositada em pequenos vagões que a levam para a superfície.
Esse processo logístico é fundamental para o avanço da obra. A gestão eficiente desse resíduo é um dos grandes desafios da construção de túneis em áreas urbanas, um setor crucial para a infraestrutura de transportes do país, cujos projetos são supervisionados pelo Ministério dos Transportes.
É seguro para a cidade que está na superfície?
Sim, o método do Tatuzão é considerado um dos mais seguros para a construção de túneis em áreas urbanas densas. Como a escavação acontece em um ambiente pressurizado e o túnel é revestido imediatamente, o risco de desmoronamentos e o impacto na superfície (recalque) são mínimos.
Para aprofundar o seu conhecimento sobre as megaobras de infraestrutura urbana, selecionamos o conteúdo do canal Manual do Mundo, que já conta com mais de 18 milhões de inscritos. No vídeo a seguir, os especialistas detalham visualmente o funcionamento da tuneladora, o famoso “Tatuzão”, e explicam como são feitos os túneis do metrô de São Paulo a dezenas de metros de profundidade:
Sensores monitoram o solo em tempo real para garantir que não haja movimentações inesperadas nos edifícios acima. Essa tecnologia permite que a vida na cidade continue normalmente enquanto o gigante trabalha silenciosamente dezenas de metros abaixo.
Como o Tatuzão se compara aos métodos de construção mais antigos?
Antes do Tatuzão, o método mais comum era o “vala a céu aberto” (VCA), que exigia a interdição de grandes avenidas, escavação de uma vala, construção do túnel e, por fim, o fechamento da vala. Esse processo causava enormes transtornos ao trânsito e ao comércio local.
A tecnologia do TBM revolucionou a engenharia de túneis, permitindo obras mais rápidas, seguras e com menor impacto urbano. A escolha do método depende da geologia e do projeto, mas para grandes metrópoles, o Tatuzão se tornou a solução ideal, impactando diretamente a qualidade de vida, um fator mensurado em estudos do IBGE.
| Característica | Máquina Tatuzão (TBM) | Método VCA (Vala a Céu Aberto) |
| Impacto na Superfície | Mínimo, a escavação é subterrânea. | Máximo, exige interdição de vias e grande escavação. |
| Velocidade | Alta, avança de 10 a 15 metros por dia. | Lenta, depende de múltiplas etapas de escavação e concretagem. |
| Segurança | Alta, o túnel é revestido imediatamente. | Menor, com maior risco de desabamentos durante a obra. |