A grande notícia desta safra no Centro-Oeste deve vir em meados de junho, quando o Brasil pode colher uma safrinha de milho de alta produtividade. É o que diz Celso Oliveira, agrometeorologista da Climatempo. “Isso vai reduzir o custo da ração e beneficiar principalmente os criadores de frangos e suínos”, prevê Oliveira.
Ao contrário do que aconteceu na safra 2020/2021, quando o plantio de soja atrasou devido à estiagem, este ano choveu no tempo certo, permitindo ao produtor iniciar a semeadura cerca de 30 dias antes, a partir de setembro. Com isso, a safrinha de milho também será precoce.
Em tempos de La Niña, porém, os agricultores do Sul estão sofrendo com a seca. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul já estão fazendo as contas do prejuízo desta safra, marcada por altas temperaturas e chuvas escassas.
Já as chuvas no Sudeste, Centro-Oeste e parte do Norte e Nordeste, segundo Oliveira, favorecem as lavouras de grãos. A colheita da soja avança em Mato Grosso. No Matopiba (Maranhão, Tocantis e Piauí), porém, algumas áreas foram inundadas, o que pode trazer problemas de doenças às lavouras de soja.
As fazendas da BrasilAgro na Bahia, por exemplo, que concentram 15,2 mil hectares de soja, devem alcançar uma boa colheita, segundo previsão de Wender Vinhadelli, diretor de operações da empresa, que é especializada na compra e venda de propriedades rurais e produção de alimentos, fibras e bioenergia.
“A chuva veio na hora certa e a nossa expectativa é bastante otimista, considerando os cenários climáticos para as próximas semanas, inclusive na segunda quinzena de fevereiro, quando começa a colheita”, diz Vinhadelli. A companhia, que opera em seis Estados brasileiros, além de Paraguai e Bolívia, estima colher 398,5 mil toneladas de grãos nesta safra.