Um dos pontos cruciais para se ter sucesso no mercado financeiro é diversificar sua carteira de investimentos, de forma a se adaptar a todas as situações e sofrer menos com a volatilidade. Para isso, o investimento em ouro pode ser uma das melhores maneiras para ampliar seu portfólio.
Para Carlos Bedicks, especialista em Renda Variável da Wise Investimentos, “investir em ouro é uma maneira de proteger a sua carteira” e, no longo prazo, será sempre vantajoso.
Em 2021, o ouro teve uma alta de 19%, enquanto o Ibovespa caiu 11,90%. Em 2020, a valorização do metal precioso atingiu 54%, enquanto os mercados derreteram com a chegada da pandemia de Covid-19.
Antes de sair comprando jóias por aí, no entanto, é preciso saber que o ouro tem um comportamento diferente das ações: “As ações têm proventos na medida em que a empresa obtém lucros, quando há distribuição de capital próprio, bonificação, subscrição. O ouro é como o dólar, ele só vai valorizar e desvalorizar, você não vai ter nenhum provento”, contou, ao participar do Café do Mercado, nesta sexta-feira (27).
Ao investir em ouro é preciso saber que comprar ouro físico talvez não seja a melhor opção, tendo em vista que nem sempre pode-se ter certeza de que o produto não está misturado ou a procedência de onde ele é retirado. O ouro utilizado na bolsa de valores tem característica de reserva de valor, diferentemente do físico comprado por meio de terceiros.
É possível investir em ouro na Bolsa de formas diferentes. A primeira maneira é por meio de fundos de investimentos em dólar, ou ETFs; por meio de contratos OZD, que são transações feitas em reais e equivalentes ao grama do ouro; ou por Fundos de Investimento Multimercado que tenham exposição ao metal.
O investimento em ETF ocorre por meio da GOLD11 e não é possível tirar proventos, restringindo o resultado dessa operação às suas oscilações, sendo uma maneira de proteger seus investimentos.
Outro aspecto que além do impacto do ouro, os ETFs acabam sofrendo com a variação cambial do dólar. Ademais, eles não são lastreados em ouro físico.
Uma opção lastreada em ouro físico são os chamados contratos OZD — que não são contratos propriamente ditos, uma vez que não têm um período para vencer. Existem três tipos de OZD, que estão vinculados aos gramas de ouro e têm lastro físico. Eles são o OZ1D, de 250 gramas; OZ2D, de 10 gramas; e o OZ3D, de 0,225 gramas.
Por terem lastro físico, é como se o investidor tivesse comprado ouro em si e, por isso, há custo de custódia mensal, já que é necessário guardá-lo. O ouro fica guardado no Banco do Brasil e só é possível retirá-lo quando os contratos somam ao menos 250 gramas.
Assista ao Café do Mercado, com Carlos Bedicks e Eduardo Marzbanian: