Em meio a tensões fiscais e políticas, o Brasil, a maior economia da América Latina, está entre os países mais afetado pelo aumento dos juros nos Estados Unidos, de acordo com levantamento publicado pela Bloomberg.
Hstoricamente, taxas de juros mais altas nos EUA significam um dólar mais forte e problemas nas economias em desenvolvimento menos resilientes. O Fed prometeu aumentar o juros ainda este ano e as perspectivas para o Brasil, em pleno ano eleitoral, não são as melhores.
O país ficou em sexto na lista dos mais vulneráveis ao aumento dos juros nos EUA, perdendo para economias como Chile, México, Índia e Peru. Já a vizinha Argentina encabeça a lista, considerada a mais vulnerável de todas.
Na última década, os mercados emergentes que produzem e vendem commodities a preços crescentes, acumularam reservas cambiais. Segundo o estudo da revista Bloomberg, esses países estão mais bem posicionados para enfrentarem tempestades e é por isso que investidores como o Goldman Sachs Asset Management estão ampliando suas posições em países emergentes.
A solução para os mercados emergentes menos resilientes tem sido frear suas recuperações aumentando as taxas de juros também – a exemplo do Brasil conforme o ministro Paulo Guedes discursou em Davos na semana anterior (Leia aqui).
No mesmo Fórum, o presidente da China, Xi Jinping, fez um discurso em vídeo. (Leia aqui) “Se as principais economias pisarem no freio ou derem uma reviravolta em suas políticas monetárias, haveria sérias repercussões negativas”, disse ele. “Eles apresentariam desafios para a estabilidade econômica e financeira global, e os países em desenvolvimento arcariam com o peso disso.”
A preocupação é compartilhado pelo Fundo Monetário Internacional e pelo o Banco Mundial.
Seis anos atrás, aliás, o Fed foi forçado a mudar o rumo de sua política por causa da reação internacional.
Em 2015, o banco central dos EUA elevou as taxas e sinalizou 4 altas para o ano seguinte. A preocupação com o impacto mundial do fortalecimento do dólar não foi considerada pela autoridade monetária.
A piora das expectativas de crescimento da China após o aumento das taxas desencadeou uma forte desvalorização da moeda local e uma liquidação nos mercados de ações asiáticos. Rapidamente o compartamento se espalhou pelo mundo e o Fed recuou.
Atualmente as taxas de juros estão baixas nos países avançados e em desenvolvimento, portanto existe espaço para o aumento das taxas.
Lista dos mais vulneráveis
Os investidores da Ásia-Pacífico, mesmo com nervosismo atual, permaneceram relativamente otimistas, porque os países aumentaram suas defesas acumulando reservas, diminuindo os déficits em conta corrente e mantendo uma política monetária eficaz.
Já América Latina está entre as regiões que mais sofre com pandemia e tem histórico de inadimplências. A Turquia procupa mais ainda os especilistas.
Recentemente, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan obrigou o banco central a baixar as taxas de juros, ignorando a alta dos preços e a inflação no país atingiu um pico acima de 50% este ano. A situação é especialmente perigosa, uma vez que o setor de negócios da Turquia tem uma grande dívida denominada em dólar.
Imagem: Wikimedia Commons









