“Os bancos centrais estão dormindo enquanto dirigem”, acusou o ministro da Economia Paulo Guedes, em seu discurso no Fórum Econômico Mundial (FEM), nesta sexta-feira (21).
Para o ministro brasileiro, não é possível dizer que a inflação é transitória. “Penso que os elementos adversos que alimentam a inflação vão diminuir gradualmente, mas não há mais arbitragem a ser explorada pelo ocidente. Penso que os bancos centrais estão dormindo enquanto dirigem. Eles têm de ficar atento porque a inflação será um problema real em breve para o ocidente”, argumentou.
O Brasil, no entanto, estaria preparado para lidar com isso, por contas as experiências passadas. O país teria sido mais veloz do que outros países ao adotar medidas para controlar o aumento dos preços, na visão de Guedes.
Para a diretora de Gestão do FMI, Kristalina Georgieva, a inflação está de fato mais persistente entretanto é uma especificidade de cada país. Parte do problema está na equalização das políticias adotadas por cada governo, diretamente relacionada “às cifras apresentadas em cada país”.
Desmatar para comer
Em seu discurso, Guedes afirmou ainda que o pior inimigo do meio ambiente é a pobreza. Ao comentar a relação entre indústria e meio ambiente, discursou: “As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer. Eles [pessoas pobres] têm todas as preocupações que não são as preocupações das pessoas que já destruíram suas florestas, que já lutaram suas minorias étnicas, essas coisas.”
Os desastres ambientes recentes – como os incêndios recentes na Austrália, na Califórnia e na Amazônia – aumentaram a preocupação entre as lideranças globais com o clima e meio ambiente.
A fala repercutiu entres os líderes mundiais e recebeu respostas de pessoas como o ex-vice presidente americano Al Gore, que afirmou que existem outras soluções para desenvolver a floresta amazônica que não envolvem o desmatamento predatório. O discurso de Guedes vai na contramão da tendência mundial.
Imagem: Senado / Divulgação









