O presidente da China, Xi Jinping, pediu, nesta terça-feira (18), que o FED (Federal Reserve), Banco Central dos Estados Unidos, não aumente as taxas de juros. A medida tem parecido inevitável, para evitar o aumento da inflação nós EUA, mas seu impacto no mercado global será deletério, de acordo com Jinping.
O pedido foi feito no Fórum Econômico Mundial, em Davos, após a desaceleração do crescimento econômico chinês. Mesmo tendo ultrapassado a expectativa do governo, expandindo 8.1% em 2021, teve uma queda acentuada no último trimestre do ano, com perspectiva de maior declínio em 2022, devido à crise no mercado imobiliário e à Covid-19.
Xi Jinping acredita que se as principais economias – em destaque Estados Unidos – “pisarem no freio” para conter a inflação em seus países, a estabilidade econômica e financeira mundial seria desafiada. O presidente ainda completa que quem irá pagar por isso, serão as economias em desenvolvimento.
O Monitor do Mercado já havia noticiado que o FED pretende aumentar sua taxa de juros. Na última payroll, o mercado ficou aliviado com o teor menos agressivo das medidas impostas pela instituição.
Entretanto, medidas mais agressivas podem surgir, já que o Federal Reserve afirmou em ata que deve aumentar a taxa de juros de forma mais “rápida”, ou mais cedo do que o previsto, tudo isso em prol de conter a inflação, que teve alta de 7% em 2021.
QUAL O IMPACTO NA CHINA?
O gigante asiático vem enfrentando grandes desafios para manter seu ritmo de crescimento acelerado.
Mesmo com mais de 70% da população vacinada, o país teve que fazer diversas paralisações de produção nos últimos meses devido a novas ondas de Covid-19. Além disso, o mercado imobiliário chinês, que é destaque por suas grandes, rápidas e múltiplas construções, vem fechando em queda nesses últimos tempos, sendo mais um negativo na conta econômica.
A economia chinesa é altamente dependente de suas exportações, foram mais de US$ 2,723 trilhões exportados em 2020, de acordo com o Banco Mundial.
Um aumento da taxa de juros nos EUA, que acabaria por incentivar o mercado a diminuir seus investimentos, impactaria a economia chinesa em grande escala, já que seu maior importador são os EUA, sendo responsáveis por receber 16,7% de todos os produtos exportados chineses (Veja o gráfico abaixo).
Fonte: OEC
Imagem: divulgação