A inflação pegou o mercado financeiro de surpresa em setembro. O IPCA obteve 1,10% no mês anterior, o que ocasionou o acumulado no ano para 6,84%. Dessa forma, os nove meses deste ano, todas as classes de ativos domésticos apresentaram retornos reais negativos.
A moeda americana acumula valorização de 4,98% frente ao real, sendo assim, nem o dólar bate a alta de preços de 2021. Uma das poucas exceções é a moeda digital, o bitcoin, que sobe 42% em termos reais, conforme levantamento feito pelo portal Valor Investe.
O CDI que acompanha a taxa Selic, apresenta uma rentabilidade nominal de 2,52% até o mês passado. Descontada a inflação, o juro real do certificado fica negativo em 4,04%. E a poupança tem rendimento de 1,73% nominais em nove meses exibindo um retorno real de -4,78%.
Já na renda fixa, o índice de IRF-M, calculado pela Anbima e que reflete o desempenho de uma carteira teórica de títulos públicos prefixados, apresenta um recuo de 2,95% no ano até setembro.
No mesmo período, o Ibovespa apresenta uma queda de 6,75% em nove meses. A maior parte desse declínio pode ser creditada ao mês anterior, quando o indicador recuou 6,57%. O IBrX 50 tem desempenho semelhante, com perda de 6,33% no fim do terceiro trimestre de 2021.
Para os meses seguintes, a renda fixa pode ser um porto seguro para os investidores. “O mercado estima uma Selic de 8,5% – 9% para o fim deste ano estamos em patamares na curva de juros aqui no Brasil, que superaram os níveis de quando se iniciou a crise do Covid-19, e batendo máximas desde começo de 2019 para os vértices mais longos e fim de 2018 para os mais curtos, em outras palavras, os títulos de renda fixa estão com maior remuneração desde essas datas”, diz Victor Almeida, estrategista de renda fixa da Wise investimentos.
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