A venda dos remédios Ozempic e Wegovy, conhecidos como “canetas emagrecedoras”, disparam neste ano e mudaram o patamar da Novo Nordisk, empresa dinamarquesa que os desenvolveu, fazendo com que suas ações saltassem mais de 26% nos últimos 6 meses.
O Ozempic, a princípio, foi criado para tratar diabetes tipo 2, porém passou a ser usado contra a obesidade, enquanto o Wegovy já foi feito com essa finalidade.
Só o Wegovy vendeu 537% a mais no segundo trimestre desse ano em comparação a 2022, fazendo as receitas da empresa crescerem 32%.
A demanda pelos medicamentos da Novo Nordisk foi tanta, que o valor de mercado da empresa disparasse neste ano, atingindo a marca de US$ 419 bilhões (R$ 2,08 trilhões). Na Europa, ela só está atrás da LVMH (dona da Louis Vuitton e Christian Dior).
Efeito na economia da Dinamarca
A alta nas receitas da Novo Nordisk mudou a dinâmica da Dinamarca, cujo PIB gira em torno de US$ 406 bilhões, cerca de R$ 2 trilhões.
O fluxo de dólares foi tanto, que a Coroa Dinamarquesa (moeda utilizada no país) se valorizou mais do que o esperado em relação ao euro, explicou Jens Naervig Pedersen, diretor do Danske Bank, ao Wall Street Journal.
O impacto foi tanto que o banco central dinamarquês teve que baixar a taxa de juros do país, para assim tentar tirar a força da moeda nacional
O que é o Wegovy e Ozempic
O Wegovy é o primeiro medicamento injetável semanal feito apenas para obesidade e já é comercializado nos Estado Unidos, Dinamarca e Noruega.
Porém, a medicação só deve chegar no Brasil em 2024.
Já o Ozempic foi feito para tratar diabetes tipo 2, mas passou a ser usado contra a obesidade de maneira off label — quando a recomendação de uso está fora da bula.
O remédio age nos receptores do sistema nervoso central para controlar o apetite e, retarda o esvaziamento gástrico, ou seja, a comida demora mais para ser digerida.
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