As vendas de aço e ferro do Brasil para a União Europeia (UE) podem sofrer reflexos da nova taxação de carbono anunciada pelo bloco nesta quarta-feira (14).
A partir de 2023, a União Europeia vai passar a cobrar uma tarifa das empresas para importar de países que não atenderem determinados padrões do chamado “pacote verde”, que tem como meta reduzir pelo menos 55% das emissões de gases poluentes até 2030.
A novidade deve atingir empresas como a Vale (VALE3), CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GOAU4), cujas ações surfaram na recente alta do preço do minério de ferro.
As exportações de siderúrgicos para a União Europeia alcançaram US$ 524,8 milhões em 2019, representando 10,4% das exportações totais brasileiras dessas mercadorias.
O Brasil foi apontado como o oitavo país mais vulnerável com a nova taxação de carbono. A Rússia, a China e a Turquia devem ser os principais afetados, de acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.

Em casos especifícos, como aços laminados planos, noticiou o jornal Valor Econômico, as vendas para o bloco europeu chegam a 90% dos embarques do Brasil para o exterior, ou seja, são mais vulneráveis à taxação. Já as exportações de alumínio brasileiro representam 0,34% das vendas do produto; cimento e fertilizantes, apenas 0,02% das exportações totais.
Na prática, a taxa do carbono vai funcionar com a compra de certificados de emissão pelos importadores e o preço desses papéis será calculado pelo preço do carbono na Europa, em euro, por tonelada de carbono emitido.
E essa não foi a única notícia a atingir a indústria da siderurgia nesta semana. Durante uma live, realizada nesta quarta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que fez um “acordo informal” com a indústria siderúrgica nacional para que os preços do aço no mercado doméstico não subam até o fim do ano.
A fala do ministro fez com que as ações de algumas siderurgicas brasileiras, como a CSN e a Usiminas, tivessem os piores desempenhos do dia na Bolsa de Valores, com quedas maiores que 3%.
As empresas negaram ter feito o tal acordo.
*Imagem em destaque: Piqsels.com









