No dia em que seus acionistas aprovaram as contas da empresa e elegeram novos membros para o conselho, as ações da Eternit (ETER3) chegaram ao valor mais alto desde 2014.
Em 2020, a companhia registrou um lucro líquido ajustado de R$ 85,7 milhões, após ter tido um prejuízo de R$ 46,8 milhões em 2019.
Nesta terça-feira (20/4), os papéis ETER3 chegaram a subir mais de 14% e passaram da marca dos R$ 20, que não atingiam desde 2014.
Durante a assembleia, os acionistas tiveram que decidir sobre as contas dos administradores e as Demonstrações Financeiras, deliberaram sobre a instalação de um Conselho Fiscal e decidiram quais seriam os candidatos para esse conselho, bem como a remuneração global a ser paga aos administradores e membros do Conselho Fiscal da empresa.
Todas as propostas foram aprovadas pelos acionistas.
75 mil toneladas de amianto
Apesar de o noticiário dizer que a Eternit abandonou o amianto, a companhia exportou 75 mil toneladas do minério do tipo crisotila.
A mina Sama explorada pela empresa, em Goiás, havia sido paralisada em fevereiro de 2019.
Dois meses depois, senadores foram ao local e clamaram pela liberação da exploração de amianto, para “geração de riqueza do país” e “garantir o emprego dos trabalhadores”.
A comissão contava com o presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) e com o então vice-líder do governo Bolsonaro no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR).
Menos de um ano depois da visita dos senadores, com base em uma nova lei goiana, a extração e o beneficiamento de amianto foram autorizados, para fins exclusivos de exportação. E a Eternit voltou a vender suas toneladas amianto.
O beneficiamento do mineral é feito, hoje em dia, seguindo diversas normas de segurança. Ainda assim, a valorização extraordinária das ações da empresa chama a atenção justamente por ocorrer no momento em boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) ganham cada vez mais destaque nas discussões sobre investimentos.
*Imagem em destaque: Reprodução/Eternit