A Bolsa de Valores brasileira encerrou a semana com uma queda de um pouco menos que 1%, mantendo uma perda anual de 2,6%. Este movimento é caracterizado como uma realização, indicando uma postura defensiva do mercado, que aguarda eventos capazes de influenciar seu curso. O índice se mantém firme em torno de 130 mil pontos, evidenciando uma cautela entre os investidores.
Inflação surpreende no Brasil e nos EUA
O destaque da semana foi a divulgação da inflação ao consumidor no Brasil e nos Estados Unidos, ambas superando as expectativas. Apesar de não representar uma mudança drástica, há uma leve decepção nos números. A inflação brasileira atingiu a meta, indicando um fechamento de 2023 dentro dos parâmetros, algo não visto há muitos anos. O dólar encerrou com uma leve baixa de 0,03%, permanecendo estável apesar das oscilações na bolsa.
Petróleo em alta e bancos americanos
O preço do petróleo registra um avanço de 4,5%, atingindo US$ 75 o barril, impulsionado pela tensão no Mar Vermelho. Hoje, a atenção se volta para a divulgação dos resultados dos grandes bancos norte-americanos, como Bank of America, Citigroup, David Morgan e Wells Fargo, indicando o tom dos números do último trimestre do ano passado.
Bitcoin acompanha tendência e alcança US$ 49 mil
O bitcoin segue a tendência positiva, atingindo US$ 49 mil. A criptomoeda reflete a dinâmica do mercado, mostrando força diante das oscilações globais.
Panorama global
Na China, foram divulgados dados de inflação ao consumidor (CPI) e balança comercial. O S&P 500 futuro opera estável, Stoxx Europe sobe 0,9%, Nikkei fecha em alta de 1,5%, e o Shanghai cai 0,2%. Os principais indicadores globais apresentam as seguintes variações:
- S&P 500 Futuro: Estável
- STOXX 600: +0,9%
- FTSE 100: +0,8%
- Nikkei 225: +1,5%
- Shanghai SE Comp.: -0,2%
- Dollar Index: Estável
- Yield 10 anos: +0,7bps a 3,9729%
- Petróleo WTI: +3,3% a US$ 74,43 o barril
- Petróleo Brent: +3,2% a US$ 79,86 o barril
- Futuro do minério em Singapura: -3,5% a US$ 129,65
- Bitcoin: -0,5% a US$ 45924,36
Perspectivas para o mercado brasileiro
A agenda econômica brasileira encerra a semana com o fluxo cambial semanal, enquanto a próxima semana reserva o tradicional Boletim Focus na segunda-feira (15) e importantes indicadores como volume de serviços de novembro, vendas no varejo de novembro e IBC-Br de novembro ao longo da semana.
Em Brasília, o Congresso continua em recesso até o fim de janeiro, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, retorna de férias na próxima semana.
Destaques empresariais
No cenário empresarial, a semana foi marcada por movimentações significativas. A Camil registrou uma queda de 2,8% no lucro do 3º trimestre fiscal, totalizando R$ 143 milhões. Por outro lado, a MRV surpreendeu com um crescimento expressivo nas vendas líquidas, que aumentaram em impressionantes 55,8% no 4T23, atingindo R$ 2,3 bilhões. Apesar deste avanço, os lançamentos da MRV apresentaram uma queda de 29,6%, totalizando R$ 1,9 bilhão.
A Cyrela também divulgou resultados positivos, com um aumento de 21% nas vendas no 4T23, alcançando R$ 1,8 bilhão. Os lançamentos da empresa cresceram 19%, totalizando R$ 1,7 bilhão. Já a Iguatemi registrou um crescimento de 11,7% nas vendas, atingindo R$ 5,9 bilhões no 4T23.
Enquanto isso, a produção média da PetroReconcavo teve uma queda de 11,2% em dezembro, atingindo 23 mil barris de óleo equivalente por dia. Além disso, a Eletrobras aprovou a incorporação de Furnas em assembleia de acionistas, após a liberação do ministro do STF, Alexandre de Moraes. O Santander anunciou o pagamento de R$ 1,5 bilhão em juros sobre capital próprio (R$ 0,40 por ação), e a 3R Petroleum planeja emitir R$ 1,3 bilhão em debêntures.
Imagem: Piqsels