A Bolsa de Valores brasileira apresentou queda novamente nesta quarta-feira (17), retornando aos 128 mil pontos e se distanciando de seu topo histórico. Em um cenário aparentemente desprovido de eventos negativos expressivos, a ansiedade em torno da possível redução de juros nos países europeus e nos Estados Unidos tem influenciado o comportamento do mercado financeiro.
BCE e expectativas nos EUA geram incertezas
O Banco Central Europeu demonstrou ceticismo em relação à redução imediata de juros, apontando para a segunda metade do ano. Nos Estados Unidos, a porcentagem de profissionais que acreditam em cortes já em março diminuiu de mais de 70% para 55%. Essa incerteza foi intensificada pelos dados positivos do varejo americano, divulgados ontem, que fortaleceram a economia além do esperado, adiando as expectativas de corte de juros.
Perspectivas futuras e indicadores
Os futuros das Bolsas norte-americanas apontam para uma abertura em alta, com destaque para a Nasdaq, que apresenta um avanço de 0,6%. O SP503 também registra um aumento de 1%. O petróleo opera com 1% de alta, atingindo a marca de 73 dólares por barril.
Estabilidade nas Bolsas do exterior
Após dois pregões de maior aversão ao risco, as Bolsas no exterior operam próximas da estabilidade, enquanto dólar e rendimento (yield) dos treasuries recuam. A agenda no exterior está mais vazia nesta quinta-feira, com destaque novamente para declarações de membros de bancos centrais.
- S&P 500 Futuro estável
- STOXX 600 +0,1%
- FTSE 100 -0,1%
- Nikkei 225 estável
- Shanghai SE Comp. +0,4%
- MSCI EM +0,4%
- Dollar Index -0,1%
- Yield 10 anos -2,9bps a 4,0731%
- Petróleo WTI +0,6% a US$ 73,01 por barril
- Futuro do minério em Singapura +2,8% a US$ 129,3
- Bitcoin +0,1% a US$ 42680,52
Estabilidade do dólar e desafios no mercado internacional
O dólar manteve sua estabilidade, operando em R$4,93. Enquanto isso, o preço do petróleo permaneceu em torno de R$72 a R$73 por barril. Apesar das questões do mercado internacional em março, o câmbio e o petróleo não demonstraram sinais de avanço significativo.
A divulgação dos dados da economia chinesa, com o PIB ligeiramente abaixo do esperado, também contribuiu para a falta de força no mercado do petróleo. O minério de ferro teve um desempenho mais fraco, impactando a Vale, que registrou queda de 1,66%.
Cenário Brasileiro
No Brasil, o Banco Central adiou para amanhã (19), às 9h, a divulgação do IBC-Br, que estava prevista para hoje. O dia é de agenda mais vazia, com o mercado de olho no exterior e em novas declarações de membros de bancos centrais.
- Leilão de LTNs e NTN-Fs pelo Tesouro
- Reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara, Arthur Lira, para discussão sobre a MP da reoneração da folha de pagamento.
- Evento do presidente Lula no Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia e cerimônia de retomada de investimentos na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, junto com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
- Dólar teve leve alta de 0,1%, atingindo R$ 4,93. O Ibovespa caiu 0,60%, aos 128.524 pontos, em mais um dia de aversão ao risco no exterior após dados dos EUA.
Destaques empresariais
- Um acionista da 3R Petroleum propõe fusão de ativos com a PetroReconcavo, conforme publicado pelo site Brazil Journal.
- A Gerdau vendeu participações nas joint-ventures Diaco e Gerdau Metaldom para o grupo Inicia por US$ 325 milhões.
- A B3 lançará em 29 de janeiro contratos de opções sobre 15 ativos com vencimentos semanais.
- A S&P Global rebaixou os ratings da Camil Alimentos de ‘brAAA’ para ‘brAA+’.
- A Eztec teve alta de 2% dos lançamentos no 4T23, para R$ 300 milhões, e queda de 35% das vendas líquidas, para R$ 199 milhões.
Imagem: Piqsels