“Se o preço da commodity [urânio] ficar acima dos US$ 100, o custo operacional para produzir energia nuclear vai atrapalhar todos os planos de mudança de matriz energética globais”, alerta Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado.
No episódio mais recente do podcast “Ligando os Pontos”, apresentado por Marcos de Vasconcellos e Maria Júlia Baumert, repórter do Monitor, o foco foi o surpreendente impacto do preço do urânio na agenda de ESG (boas práticas ambientais, sociais e corporativas).
A reviravolta no preço do urânio é apontada como um fator crítico, com a estatal do Cazaquistão, maior mineradora do mundo, reduzindo suas estimativas de produção em 14%. Essa diminuição na oferta está causando um aumento significativo no preço do urânio, atingindo níveis não vistos desde 2007.
A discussão se estende para o cenário internacional, abordando a pressão da Associação Nuclear Mundial, que alerta sobre a ameaça à mudança global para fontes de energia mais limpas se o preço do urânio permanecer acima de US$ 100 por libra. Entretanto, o Bank of America prevê que o preço pode chegar a $120, ultrapassando significativamente essa marca.
Os apresentadores também destacam o papel da China, o maior consumidor de energia do mundo, que continua a construir usinas de carvão e não parece estar comprometida com uma transição rápida para fontes de energia mais limpas.
No contexto brasileiro, a discussão se volta para o impacto na bolsa de valores e nas empresas de petróleo, que, apesar das discussões sobre ESG, ainda mantêm uma forte recomendação de compra.