As autoridades chinesas emitiram diretrizes para os banqueiros do país, “cobrando-os” a adotarem uma postura mais patriótica em seus negócios. Segundo o artigo publicado nesta quinta-feira (29) pela “The Economist”, a medida marca mais um passo na campanha anticorrupção e na reorientação ideológica que vem ocorrendo no setor financeiro chinês nos últimos tempos.
Reformas ideológicas
Há cerca de um ano, autoridades anticorrupção chinesas impuseram medidas rigorosas aos financistas — pessoas que entendem de finanças —, com o objetivo de cortar estilos de vida luxuosos e promover uma mentalidade mais alinhada com os valores do Partido Comunista. Medidas que incluíram, por exemplo, a redução de salários e até mesmo a prisão de alguns executivos por corrupção.
Desaceleração econômica
Em meio a uma desaceleração econômica, os reguladores chineses estão agora ajustando as políticas para alinhar os interesses do mercado aos objetivos do governo. Isso inclui tentativas de valorizar empresas estatais, incentivar análises positivas por parte dos analistas e restringir transações consideradas prejudiciais para o mercado de ações.
Investimentos prudentes e de longo prazo
A nova diretriz para os banqueiros chineses é desenvolver uma “cultura financeira com características chinesas”, enfatizando investimentos cautelosos e de longo prazo que sirvam à economia real. A ênfase é na busca por lucros por meio da integridade e no contentamento com retornos razoáveis, em linha com os objetivos de desenvolvimento de alta qualidade definidos pelo governo chinês.
Xi Jinping lidera movimento
As decisões refletem o compromisso do presidente Xi Jinping em remodelar a economia chinesa e fortalecer o papel do Estado e das empresas estatais. Apesar das preocupações de alguns setores sobre uma possível guinada — mudança brusca — à esquerda na política econômica, é importante entender que as políticas de Xi Jinping não se enquadram necessariamente nessa divisão.
História como inspiração para o presente
Para ilustrar o conceito de “finança com características chinesas”, o governo chinês recorreu à história, destacando os primeiros bancos nacionais da China em Pingyao, província de Shanxi, como exemplo. Embora essa referência histórica seja usada para promover uma imagem de patriotismo e integridade, alguns analistas apontam para as falhas do sistema financeiro da época, marcado por relações de compadrio e falta de proteção legal adequada.









