Completando quase um mês desde que a oferta de fechamento do Capital da Cielo (CIEL3) foi anunciada, a empresa avisou que atenderá ao pedido dos acionistas minoritários e convocará uma assembleia especial para reavaliar o valor da oferta pública de aquisição (OPA) feita pelo Bradesco e Banco do Brasil.
Reavaliação do preço da ação
Os acionistas minoritários contestaram o preço proposto pelos bancos, que ofereceram R$ 5,35 por ação da companhia, com base em um laudo do Bank of America Merrill Lynch (BofA). Segundo os acionistas, esse valor não reflete adequadamente o potencial da empresa e deveria ser mais alto. Apesar disso, nesta segunda-feira (04), a ação da Cielo enfrentou uma queda de 0,19% desde a abertura do mercado.
Vitória dos acionistas
Com a decisão de convocar a assembleia, os acionistas minoritários conquistam uma vitória significativa. Eles terão a oportunidade de discutir e votar uma nova avaliação do valor justo das ações, o que poderia resultar em um aumento no preço oferecido pelos bancos.
Assembleia marcada para o mês que vem
A Cielo (CIEL3) marcou para o próximo dia 2 de abril, às 10h, a assembleia especial de acionistas que discutirá o preço por ação na oferta pública de aquisição (OPA) feita por Bradesco e Banco do Brasil para fechar o capital da empresa. As gestoras Encore, Clave, Mantaro, Ibiuna, XP Gestão e AZ Quest, que juntas possuem mais de 10% do capital em circulação da Cielo, indicaram a contratação do Banco Safra para realizar uma avaliação independente sobre o valor justo das ações.
Contratação do Banco Safra
O Safra foi escolhido pelas gestoras devido à sua reputação no mercado financeiro. No entanto, o conselho da Cielo sugeriu também a inclusão do Rothschild como opção para realizar a avaliação, pois o Safra é concorrente direto da companhia no segmento de maquininhas de cartão.
Entenda o caso
Como noticiado anteriormente pelo Monitor do Mercado, uma opção seria de fechar o capital para abrir de novo.
O analista Bruce Barbosa, da Nord Investimentos, já expressou sua insatisfação com o que considerou um “prêmio” insuficiente na oferta pelo fechamento de capital da Cielo, sugerindo, inclusive, que Bradesco e Banco do Brasil poderiam fazer outro IPO da empresa, depois de aproveitarem um fechamento de capital a baixo custo.
“Eu acho que faz todo o sentido, o mercado brasileiro está tão barato que vale a pena para Bradescão e Banco do Brasil recomprarem Cielo, mesmo que façam um novo IPO da empresa no futuro”, apontou, em texto publicado no último dia 6.
O fator Cateno
O laudo elaborado pela L4 Capital, que propõe uma avaliação significativamente mais alta para a Cielo, sugere a necessidade de reavaliar o valor justo da empresa e os interesses dos investidores minoritários. A participação de 70% da Cielo na Cateno, joint venture com o Banco do Brasil, é essencial para essa análise.
No último balanço, a empresa mostrou um desempenho considerado robusto. Com um lucro líquido recorrente de R$ 315 milhões, que aumentou tanto em relação ao trimestre anterior quanto ao ano passado, a Cateno se beneficia de um aumento nas transações e na receita. Esses números positivos são reflexo de um maior volume de vendas, chegando a R$ 1,1 bilhão em receita líquida, e um mix de transações mais rentável.
O volume total de pagamentos processados pela Cateno foi de impressionantes R$ 112 bilhões, mantendo uma forte presença nas transações com cartão de crédito. Embora os custos e as despesas operacionais tenham aumentado, devido principalmente a ajustes salariais e mudanças na equipe, a Cateno continua sendo um pilar de força para a Cielo, destacando sua importância estratégica no contexto mais amplo do valuation da Cielo no mercado.
Imagem: Reprodução/YouTube/Cielo