As ações da Vivara (#VIVA3) já acumulam perdas de mais de 20% nesta semana, em meio a uma dança das cadeiras na presidência e um lucro líquido 8,6% menor no trimestre.
Entretanto, para o BTG Pactual, tudo isso não passa de ruídos e, apesar da rentabilidade ter sido abaixo do esperado, o banco mantém a recomendação de compra – e ainda afirma que ela pode quase dobrar de valor.
As surpresas da Vivara começaram ainda na última sexta-feira (15). Ao final do pregão, a joalheria decidiu trocar seu CEO, Paulo Kruglensky, que ocupava o cargo desde 2021.
Seu substituto é conhecido, o próprio fundador da empresa Nelson Kaufman. A notícia foi amarga e no pregão seguinte as ações despencaram 7%.
Apenas 3 dias depois, a divulgação do balanço do 4 trimestre de 2023 deu o golpe final nos papéis e lá se foram mais cerca de 7% de desvalorização.
O balanço foi um susto, assim como a mudança na diretoria, mas o mercado financeiro é feito de suas previsões (e incertezas) e não são só 3 meses negativos, ou uma decisão inesperada, que necessariamente mudam o valor de uma empresa, para os analistas do BTG.
O que diz o BTG sobre a #VIVA3?
Balanço
O BTG destacou o sólido crescimento da receita da Vivara no quarto trimestre, com vendas consolidadas atingindo R$ 1,0 bilhão, um aumento de 24% em relação ao ano anterior.
No entanto, a rentabilidade ficou abaixo das estimativas devido a diversos fatores, incluindo menor volume de créditos presumidos, maior volume de importações na categoria Life e normalização do nível de perda de estoques.
A margem bruta caiu 90bps, impactada por esses elementos, enquanto as despesas aumentaram 29%, influenciadas pela abertura de 61 novas lojas.
O EBITDA ajustado foi de R$ 200 milhões, 9% abaixo da projeção do BTG, com margem EBITDA de 25,8%, uma queda de 180bps a/a.
NOVO CEO DA VIVARA
A dança das cadeiras na diretoria gerou um ruído que deve continuar a pressionar as ações no curto prazo, segundo o BTG.
O banco sente as preocupações na governança, com Nelson Kaufman na cadeira de CEO, mas não espera grandes transformações na estratégia da empresa, “que ainda inclui a manutenção de uma abordagem mais gradual à expansão internacional”.