O dólar à vista deu início à semana em baixa no mercado doméstico de câmbio, impulsionado pela valorização das commodities e um enfraquecimento global da moeda americana. A moeda fechou em queda de 0,51%, cotado a R$ 4,9739. Operadores observaram uma entrada de fluxo comercial e ajustes para realização de lucros.
Investidores já se movimentam para a rolagem de posições no segmento futuro na virada do mês e para a disputa pela formação da última taxa Ptax de março, marcada para quinta-feira (28).
Flutuações durante a sessão
Apesar de uma alta pontual pela manhã, quando chegou a superar o nível de R$ 5 na máxima (R$ 5,0064), a divisa trabalhou em queda ao longo do restante da sessão. A mínima foi R$ 4,9725.
Este movimento praticamente zerou os ganhos da moeda no mês, que até então acumulava uma valorização de apenas 0,02%. A liquidez foi expressiva para um início de semana, com o contrato de dólar futuro para abril movimentando mais de US$ 11 bilhões.
Análise de especialistas
Segundo o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “é cedo falar em correção. O dólar perde para as moedas emergentes e desenvolvidas. A alta das commodities também beneficia o real”.
Para a economista do Ouribank Cristiane Quartaroli, “parece ser mais uma correção do dólar. Ainda temos um ambiente de bastante aversão ao risco. Existe cautela com a ata da divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e do IPCA-15, além do índice de preços para os gastos pessoais (PCE), que será divulgado na sexta”.
Revisões de projeções
O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, reiterou hoje suas expectativas de apenas uma redução da taxa de juros nos EUA em 2024. Enquanto isso, o Banco Inter aumentou suas projeções para a cotação do dólar no fim de 2024 e 2025, citando a perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos como fator de revisão.
Segundo Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, o cenário de maior incerteza em relação à trajetória da inflação americana e a atividade econômica aquecida, principalmente no mercado de trabalho, contribuíram para os ajustes nas projeções cambiais.