O Nubank (ROXO34) obteve recentemente a aprovação da Anatel para operar como operadora móvel virtual (da sigla ‘MVNO’) usando a infraestrutura da Claro. Esta movimentação é vista pelos analistas da XP como um evento raro e com grande impacto.
A corretora também avalia que a nova operação do roxinho pode impactar, principalmente, as operações da Tim de serviços pré-pagos.
Contrato de revenue share com a Claro
Em vez de comprar capacidade no atacado e revendê-la, o Nubank fechou um contrato de “revenue share” (modelo de distribuição de receita) com a Claro, ou seja, os parceiros concordam em compartilhar os lucros obtidos de acordo com uma proporção previamente estabelecida. Aestratégia pode aumentar significativamente a receita do banco digital, além de proporcionar uma entrada robusta no mercado de telecomunicações.
Atualmente, o Nubank detém 22% do mercado de recarga de celular pré-pago. Os analistas da XP projetam que, em três anos, o Nubank pode alcançar 11 milhões de linhas pré-pagas e 7,5 milhões no pós-pago, atingindo um market share de quase 7%.
Para o Nubank, o sucesso no setor de telecomunicações pode aumentar o valor atribuído aos seus elementos intangíveis e reforçar sua capacidade de disrupção em novos mercados. A XP estima um valor presente líquido (VPL) de US$ 655 milhões com a operação em telecomunicações.
Desafios para empresas rivais
A entrada do Nubank representa um risco para as operadoras de telefonia tradicionais como TIM e Vivo. A XP avalia que a TIM pode ser mais afetada devido à sua relevância no segmento pré-pago. A Vivo, por sua vez, pode estar mais protegida no pós-pago devido aos seus pacotes de serviços que reduzem a migração de clientes.
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