A tragédia ambiental que chocou o Brasil em 2015 está perto de completar nove anos, e desde então surgiram diversas propostas visando reparar o município. Essa novela, que parece não ter fim, recebeu mais uma proposta para acordo sobre rompimento da barragem do Fundão em Mariana (MG). A oferta, confirmada pela Vale em comunicado nesta quarta-feira (12), visa o acordo com governos estaduais e federal.
Valor de R$ 140 bilhões
A nova proposta financeira, que considera responsabilidades passadas e futuras, atingiu um montante de R$ 140 bilhões. Esse valor abrange R$ 37 bilhões destinados à reparação e compensação, um pagamento em dinheiro de R$ 82 bilhões parcelado ao longo de 20 anos para o Governo Federal, os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo (além dos municípios), e R$ 21 bilhões em obrigações pendentes.
Os montantes da nova proposta englobam uma participação de 50% da BHP Brasil e da Vale como devedores secundários, caso a Samarco não possa assumir como devedor principal. Esta informação foi comunicada em um fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pela empresa.
Negociações
A Vale, BHP e Samarco estão participando de uma mediação conduzida pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região, junto aos Governos Estadual e Federal e outras entidades públicas. O objetivo dessas negociações é alcançar um acordo definitivo para cumprir as obrigações estabelecidas no Termo de Compromisso (TTAC), na ação judicial do Ministério Público Federal e em outras ações judiciais de entidades governamentais relacionadas ao rompimento da barragem da Samarco.
Relembre o caso
O caso de Mariana (município em Minas Gerais), refere-se ao rompimento da barragem de Fundão na data de 5 de novembro de 2015. A barragem pertencia à empresa Samarco, uma joint venture (parceria entre duas ou mais empresas para realizar um projeto ou atividade comercial específica) entre a Vale e a BHP Billiton. O rompimento resultou em uma das maiores tragédias ambientais do Brasil, causando a morte de 19 pessoas e devastando comunidades inteiras ao longo do Rio Doce até o litoral do Espírito Santo.
Estima-se que o desastre tenha liberado cerca de 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, o que causou a contaminação de rios, destruiu a flora e fauna locais e afetou a vida de milhares de pessoas que dependiam dos recursos naturais da região. O impacto ambiental foi significativo, com danos a ecossistemas aquáticos e terrestres.
Além disso, o desastre também teve consequências econômicas e sociais. Muitos pescadores, agricultores e moradores locais perderam suas fontes de renda e meios de subsistência por conta da contaminação e destruição das áreas afetadas.
Imagem: Wikimedia Commons