O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou na noite da última quinta-feira (13), a aprovação de um repasse de US$ 800 milhões para a Argentina. Esta foi a oitava revisão de um acordo assinado anteriormente e que previa um aporte total de US$ 44 bilhões para o país sul-americano.
Na época, o acordo foi fechado entre o FMI e o governo de Alberto Fernández, permitindo o abatimento de parte da dívida contraída pela Argentina nos últimos anos, em especial, durante a gestão de Mauricio Macri.
Repasse do FMI visa trazer estabilidade ao país
De acordo com a instituição, a liberação de verba busca apoiar os esforços das autoridades argentinas para restaurar a viabilidade externa do país. Com a decisão do FMI para um saque imediato, os desembolsos com destino à Argentina já somam US$ 41,4 bilhões.
A decisão do Conselho Executivo do Fundo também passou pela ideia de apoiar nos esforços das autoridades [argentinas] para consolidar o processo de desinflação, reconstruir os amortecedores fiscais e externos e apoiar a recuperação, segundo consta no comunicado divulgado para a imprensa.
Um dos balizadores para a avaliação positiva do Fundo em relação à situação do país são os processos de melhora em “todos os critérios de desempenho quantitativo para março de 2024 foram atingidos com sobra”.
Em abril, a diretora de comunicação do FMI, Julie Kozack, descreveu o progresso alcançado pelo presidente argentino, Javier Milei, como “impressionante”. Na ocasião, a porta-voz do Fundo citou que, em momentos de forte crise econômica, medidas duras precisam ser tomadas.
Milei busca novos acordos
O atual presidente argentino está na Itália, para participar das reuniões da cúpula do G7. Durante a viagem, o mandatário se reunirá com líderes importantes, incluindo a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva. A ideia de Milei é buscar novos acordos para aliviar as contas do governo.
Em conjunto com o ministro da economia do país, Luis Caputo, Milei deseja substituir o atual repasse por um novo, que envolva mais dinheiro.
A busca pela estabilidade econômica tem sido uma constante do novo governo do país. Desde que assumiu, Milei adotou políticas mais restritivas a fim de reduzir a inflação. A inflação está desacelerando, mas ainda se encontra em 276,4% ao ano.
Mercado reage mal a acordo
O principal índice da bolsa argentina, o S&P Merval, fechou o pregão de quinta (13), sob olhares otimistas após a inflação do país desacelerar em maio. No entanto, o clima não foi renovado na sexta.
Mesmo após a aprovação do repasse na noite de ontem, o índice ficou negativo ao longo de todo o pregão, renovando as mínimas intradiárias. O índice recuou mais de 1%.