O Grupo Casas Bahia (BHIA3), teve o seu plano de Recuperação Extrajudicial (RE) homologado nesta quarta-feira (19) pela 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. A aprovação ocorre pouco menos de dois meses do pedido feito pela varejista à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), devido a dívidas de R$ 4,1 bilhões.
O acordo é uma medida importante para a saúde da companhia e faz parte de uma estratégia para reequilibrar suas finanças e reorganizar suas dívidas, evitando a falência. Entre o pedido de RE e a aprovação judicial, o grupo Casas Bahia sofreu com alguns pedidos de impugnação do plano de RE. No início de junho, a Opea Securitizadora e a Pentágono Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários tentaram impedir o processo. No entanto, a Justiça considerou os pedidos improcedentes.
Detalhes do plano de recuperação do grupo Casas Bahia
O plano de recuperação do Grupo Casas Bahia permite uma extensão de até 78 meses (seis anos e meio) para a quitação das dívidas. Neste período, existe uma carência de 24 meses para pagamentos de juros e de 30 meses para pagamento da principais dívidas. Anteriormente, a empresa teria somente 22 meses para quitar os seus pagamentos.
Essa reestruturação é crucial para o grupo, já que as dívidas totais já superaram a barreira dos R$ 4 bilhões. A expectativa é que, com um prazo mais longo e sem a pressão de débitos elevados a curto prazo. Até 2027, a empresa pagará somente R$ 500 milhões, possibilitando a chance de reequilibrar as finanças.
Segundo comunicado do grupo, os pagamentos para amortizar a dívida crescerão a partir de 2028.
Impacto da decisão nos credores e no mercado financeiro
Para os principais credores, como o Bradesco e o Banco do Brasil, que detêm mais da metade das emissões de debêntures incluídas no plano, a reestruturação propõe um novo calendário de recebimentos. Essa renegociação busca recuperar a saúde financeira da varejista sem grandes perdas para os investidores. As instituições, inclusive, já tinham dado o aval para o plano de RE das Casas Bahia.
O mercado financeiro recebeu a notícia com cautela. Enquanto a aprovação do plano estende o prazo para a solução dos problemas financeiros, os investidores permanecem atentos às futuras obrigações que o grupo precisa honrar.
Influência nas operações
O Grupo Casas Bahia tem implementado diversas medidas para otimizar suas operações:
- Reestruturação Organizacional: a empresa fechou 17 lojas e readequou quatro centros de distribuição no último trimestre de 2023, visando tornar a operação mais eficiente.
- Redução de Custos: as mudanças visam cortar custos e centralizar operações, facilitando um controle mais rígido das finanças.
- Impacto nas Vendas: a receita bruta da empresa caiu 15,5% no último trimestre, refletindo os desafios que ainda precisam ser superados.
Próximos passos da Casas Bahia
A homologação do plano de recuperação extrajudicial é um marco importante na tentativa de restaurar a estabilidade financeira da Casas Bahia e reconquistar a confiança do mercado. No entanto, o caminho à frente ainda é desafiador, e as próximas etapas dessa reestruturação serão cruciais para definir o futuro da empresa.
Investidores e analistas devem acompanhar atentamente as próximas movimentações do Grupo Casas Bahia, que não só impactarão o seu próprio futuro, mas também servirão como um estudo de caso para outras empresas enfrentando adversidades semelhantes.