Neste ano, não houve um mês sequer em que os estrangeiros tenham colocado mais dinheiro na Bolsa brasileira do que sacado, aponta levantamento exclusivo feito pela consultoria Elos Ayta para o Monitor do Mercado.
Com isso, o Brasil caminha para ter o seu pior primeiro semestre desde o início da pandemia de Covid-19, com relação à saída de dinheiro estrangeiro da Bolsa de Valores.
Até 20 de junho, o saldo negativo no acumulado do ano era de R$ 42,438 bilhões. A última saída tão intensa havia sido, durante o primeiro semestre de 2020, no início da pandemia, com R$ 73,679 bilhões.
Veja os gráficos abaixo
Mensal:
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Trimestral:
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Anual:
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Brasil ainda não fechou mês positivo em 2024
O desempenho negativo, leva o Brasil para a marca de sexto país com a maior migração de milionários no mundo, segundo pesquisa da consultoria especializada Henley & Partners. De acordo com a empresa, a saída só é menor do que na China, Reino Unido, Índia, Coreia do Sul e Rússia.
Para os próximos meses, a expectativa é de que haja uma continuidade nos saques estrangeiros até agosto, à medida que o Federal Reserve, desenha as suas próximas decisões para os juros dos Estados Unidos.
Em maio, o déficit registrado pela saída dos estrangeiros foi o menor no ano. A diferença entre saques e depósitos foi de R$ 1,63 bilhão. Há 12 meses, o entusiasmo dos investidores era diferente, e a bolsa fechou o primeiro semestre com um superávit de R$ 13,54 bilhões.
Desde janeiro de 2023, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, iniciou o terceiro mandato, os estrangeiros colocaram mais dinheiro na nossa Bolsa do que sacaram, deixando o placar no azul por cerca de R$ 14 bilhões.
Ibovespa perdeu R$ 660 bi em três anos
Desde o ápice em julho de 2021, os investidores viram o valor de mercado das empresas que compõem o Ibovespa, despencar. Em três anos, o principal índice da bolsa de valores brasileira, encolheu R$ 660 bilhões, segundo o Bank of America (BofA).
Em um ambiente de deterioração fiscal e incertezas macroeconômicas, as empresas brasileiras entraram em crise em meio à pandemia, elevação dos juros e da inflação.
Somente no primeiro semestre deste ano, o Ibovespa já perdeu 9% de valor, sendo que na comparação com o ano anterior, o índice havia registrado uma variação positiva de 8%.
Na comparação com o Ibovespa, em dólar, o índice está nos mesmos níveis de outubro de 2023. À época, a bolsa brasileira registrou a maior entrada líquida de recursos estrangeiros, dos últimos dois anos, no mês seguinte.