A cidade do Rio de Janeiro terá novamente a sua própria Bolsa de Valores, com previsão de ser instalada em 2025. A novidade foi anunciada na manhã desta quarta-feira (3) pelo prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD-RJ) e representantes da Americas Trade Group (ATG) – empresa ligada ao fundo Mubadala Capital –, na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
Segundo a ATG, a expectativa é competir diretamente com a B3, única bolsa de valores brasileira, situada em São Paulo, e baratear o mercado de capitais.
“Há mais de dez anos o grupo tenta quebrar o monopólio da bolsa. Concorrência traz eficiência, que traz investimentos. Quando conversamos lá fora, existe uma sensação de risco sistêmico sobre o Brasil. Trazer uma nova bolsa alivia os riscos e sobretudo reduz os preços”, disse Cláudio Pracownik, presidente da ATG.
Segundo ele, o monopólio tem feito com que os custos de capital tenham sido elevados. “O custo de capital do país é altíssimo e isso vem muito do monopólio e do nosso ambiente macroeconômico. O que falta aqui no Brasil é investir em empresas ao invés de investir em juros. Essa bolsa que é para o Brasil será no Rio de Janeiro”, completou.
Bolsa do Rio no segundo semestre
No momento, a nova bolsa está concluindo o processo de obtenção das autorizações regulatórias do Banco Central (BC) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Apesar desses processos “burocráticos”, a expectativa a bolsa carioca comece a operar no 2º semestre de 2025, oferecendo aos investidores a oportunidade de negociar ações, derivativos, câmbio e commodities.
O prefeito Eduardo Paes estabeleceu uma redução de 5% para 2% no Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). A estratégia visa reduzir o custo das atividades de bolsas de valores, mercadorias e futuros, assim como às operações de sociedades envolvidas na negociação, liquidação e custódia de ativos financeiros. Na B3, o custo de ISS é de 3%.
O evento oficializou a sanção da lei que oferece incentivos fiscais (PL 3276/2024) para estimular o mercado de capitais na cidade. Vale lembrar que projeto de lei, proposto pelo município, foi aprovado pela Câmara Municipal do Rio no mês passado.
“Faria Lima” carioca?
A localização da nova sede econômica ainda não foi decidida, mas os executivos descartaram o antigo prédio da bolsa do Rio e consideram o centro ou o bairro do Leblon, na Zona Sul, como locais promissores. Seria uma espécie de “Faria Lima” carioca.
Durante a coletiva de anúncio, Paes afirmou que a nova bolsa não terá o mesmo fim da antiga Bolsa de Valores do Rio Janeiro, fechada após escândalos financeiros envolvendo o investidor Naji Nahas.
Imagem: Piqsels