O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, apresenta neste ano o quarto pior desempenho em dólares desde o início do século. Até 2 de julho de 2024, o índice acumulava uma queda de −20,56%, consolidando uma das maiores marcas negativas anuais no período. Os dados foram revelados por um estudo exclusivo da Elos Ayta.
Desde o ano 2000, os piores desempenhos do Ibovespa em dólares foram em: 2020 (-36,75%), 2002 (-36,40%) e 2013 (-32,34%). Neste ano, ainda que não tenha chegado em um patamar tão elevado, a perda é significativa. Considerando somente o desempenho em reais (R$), o Ibovespa desvalorizou 7,7% no primeiro semestre.
Por outro lado, os anos em que o Ibovespa mais se valorizou na comparação com a moeda norte-americana foram: 2009 (avanço de 63,11%); (2003 com avanço de 47,90%); e (2016 com alta de 45,68%).
Fuga de estrangeiros do Ibovespa
Para os investidores estrangeiros, a análise do Ibovespa em termos dolarizados é essencial. A desvalorização do real frente ao dólar amplifica os retornos negativos, como observado em anos recentes. Essa relação entre a taxa de câmbio e o desempenho do índice é crucial para entender os movimentos de capitais e as decisões de investimento.
Nos primeiros seis meses do ano, os investidores estrangeiros retiraram mais dinheiro do que colocaram na bolsa brasileira. Até o momento não houve nenhum mês em que houvesse menos saída do que entrada. Ao todo, quase R$ 40 bilhões foram retirados. A retirada foi a maior desde 2020, no auge da pandemia.
Cenário econômico preocupa investidores
A queda de −20,56% em 2024 reflete o ambiente econômico desafiador, com inflação elevada, juros altos e incertezas políticas. Nos últimos dias, se intensificaram as preocupações com o cenário fiscal, mesmo com ajustes feitos pelo governo brasileiro.
Segundo o CEO da Elos Ayta, Einar Rivero, os investidores seguirão atentos às políticas econômicas e às sinalizações do Banco Central sobre possíveis ajustes na taxa de juros. Além disso, o cenário internacional, com a política monetária restritiva dos Estados Unidos e a desaceleração do crescimento global, adiciona camadas de complexidade ao ambiente de investimentos.
