O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (10) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,84% em fevereiro. O resultado ficou acima do esperado pelo mercado, que previa uma alta de 0,80%.
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Com esse resultado, o país acumula alta de 5,60% nos últimos 12 meses.
Dentre os 9 grupos que compõe o índice, o setor da educação foi o que registrou a maior guinada; confira o resultado completo:
- Alimentação e bebidas: 0,16%
- Habitação: 0,82%
- Artigos de residência: 0,11%
- Vestuário: -0,24%
- Transportes: 0,37%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,26%
- Despesas pessoais: 0,44%
- Educação: 6,28%
- Comunicação: 0,98%
Vale ressaltar que essa foi a segunda alta seguida do índice, em janeiro o IPCA registrou avanço de 0,53%.
O aumento da inflação acima do esperado preocupa economistas, que veem a possibilidade de um aumento das taxas de juros pelo Banco Central para conter a alta dos preços. Segundo especialistas, isso pode afetar negativamente o crescimento econômico do país.
Com o aumento da inflação, espera-se que o Banco Central mantenha o alto patamar da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano. A medida visa desestimular o consumo e o investimento, o que pode ter impacto direto na atividade econômica.
Além disso, a alta dos preços pode afetar o poder de compra dos consumidores e aumentar os custos das empresas. Com menos dinheiro no bolso, as pessoas tendem a consumir menos, o que pode afetar negativamente a produção e as vendas de produtos e serviços.
Outro fator que pode ser afetado pela alta da inflação é o câmbio. Com a perspectiva de um aumento dos juros, o real pode se valorizar, o que pode prejudicar as exportações brasileiras e afetar negativamente a balança comercial do país.
Diante desse cenário, economistas alertam para a importância de medidas para conter a inflação, como o controle dos gastos públicos e a adoção de reformas estruturais. Caso contrário, a alta dos preços pode comprometer a recuperação econômica do país e afetar o bem-estar da população.
Lula x Campos Neto
No mês de fevereiro a taxa de juros protagonizou uma queda de braço entre Lula e o atual presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Lula fez diversos discursos em que atacava a instituição por conta da manutenção da taxa Selic em 13,75%, o petista chegou a dizer que era uma “vergonha” o aumento da taxa de juros e a explicação dada à população brasileira.
Em meio a esse embate, também foi levantada a discussão sobre a independência do BC, onde Roberto Campos Neto, com intuito de defender a instituição, chegou fazer alusão a crise que o Peru tem vivido.
“No Peru, os eventos políticos poderiam derrubar o mercado, mas a autonomia do Banco Central consegue manter a economia o mais próximo da estabilidade”, disse o economista no CEO Conference, evento realizado pelo banco BTG Pactual.
Imagem: Unsplash