Os participantes do mercado financeiro esperam que o 3º Relatório Bimestral de Avaliação e Despesas Primárias traga um contingenciamento (retardamento ou inexecução de parte da programação de despesa) acima de R$ 10 bilhões para que a meta seja alcançada. O documento está previsto para ser divulgado pelo Tesouro Nacional na próxima segunda-feira (22).
O documento tende a impactar o mercado financeiro, que busca por novos indicativos de um comprometimento fiscal do governo. Segundo uma pesquisa realizada pelo BTG Pactual, 75% dos entrevistados projetam a necessidade de um bloqueio dessa magnitude.
No entanto, entre os 33 participantes do questionário, somente 15% acreditam que haverá um contingenciamento nesse nível. A parcela que espera que nenhum corte seja aplicado é de 30%.
Bloqueio de despesas no próximo relatório bimestral
Segundo a pesquisa realizada pelo BTG, 63% dos participantes acreditam que o governo deveria implementar um bloqueio das despesas entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões.
Contudo, somente 30% dos participantes creem que um bloqueio desse tamanho de fato será implementado. A maior possibilidade (67%), no entendimento dos participantes, é de bloqueio que de fato será implementado pelo governo ficará entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões.
Alteração da meta de primário
Cerca de 46% dos entrevistados acreditam que o governo irá alterar a meta fiscal deste ano. Além disso, o percentual que acredita no descumprimento da meta, mas sem uma alteração, está em 24%. Somente 30% dos participantes creem que a meta será batida.
A pesquisa também trouxe questionou os entrevistados sobre quando a meta de primário de 2024 será alterada, segundo eles:
- No 3º relatório bimestral (jul/24): 3%
- No 4º relatório bimestral (set/24): 24%
- No 5º relatório bimestral (nov/24): 15%
- Na apresentação do Orçamento de 2025 (ago/24): 9%
- Não será alterada: 48%
O relatório do BTG também traz dados a respeito da projeção para o resultado primário do governo neste ano, excluindo as despesas com o Rio Grande do Sul.
Cerca de 48% dos entrevistados acreditam que ficará entre −0,25% e −0,5% do PIB, enquanto 45% esperam um resultado entre −0,5% e −0,75%. O restante (cerca de 6%) projetam algo abaixo de −0,75% do PIB.
Teto de gastos será respeitado em 2024
Entre os economistas e demais entrevistados pelo BTG, há um consenso de que o teto de gastos de 2024 será respeitado. Ao todo, 73% dos participantes creem no cumprimento.
Somente 3% acreditam que, no relatório da próxima segunda, haverá uma alteração no teto. Por outro lado, 9% esperam que o teto será formalmente mantido, mas o governo encontrará outras formas de contorná-lo ao final do ano.
Imagem: Agência Brasil