No decorrer do primeiro semestre de 2024, diversos municípios brasileiros enfrentaram emergências decorrentes de condições climáticas severas. A situação foi crítica em várias regiões, com estados como Piauí e Minas Gerais vivenciando períodos de grave seca e umidade baixa, conforme relatórios do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) vinculado ao Ministério do Desenvolvimento e Integração (MIDR).
O impacto dessas condições climáticas foi sentido particularmente no setor agrário, com especialistas do setor, como o advogado Francisco Torma, sublinhando as dificuldades enfrentadas nas lavouras. Estas adversidades climáticas refletiram negativamente não só na produção local, mas também na macroeconomia do país de maneira generalizada.
Qual foi o impacto direto das condições climáticas nas lavouras do Brasil?
Segundo relatos, no Centro-oeste, a produção de soja foi fortemente afetada. A estiagem, que começou ainda em 2023, prejudicou a fase de crescimento da cultura e, ironicamente, chuvas tardias comprometeram a colheita, resultando em uma produção bem abaixo do esperado. Tal cenário culminou em perdas significativas, onde grãos acabaram apodrecendo nas plantas sem chance de serem colhidos.
Efeitos regionais significaivos
Na Região Norte, mais de 900 mil pessoas foram afetadas pela seca, que até meados de julho já tinha gerado perdas econômicas excedendo R$ 1,1 bilhão, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A seca atingiu, de maneira cruel, o sustento de famílias e a segurança alimentar da região.
Declínios na produção de soja em 2023/24
- Mato Grosso: A Aprosoja-MT projetou queda de até 21% na safra.
- Tocantins: Em janeiro, o estado declarou emergência, antecipando perda de até 20%.
- Goiás: Declaração de emergência em 25 municípios, com previsão de redução de pelo menos 15% em sua capacidade produtiva.
Previsões climáticas adversas continuam
A previsão para os próximos dias inclui uma persistente massa de ar quente e seco que influencia boa parte do território brasileiro. Assim, o Inmet aponta para um cenário de poucas nuvens e nenhuma chuva, e estes fatores contribuem para o aumento das temperaturas e baixa umidade, facilitando a ocorrência de queimadas e incêndios florestais – fenômenos infelizmente já comuns em vastas áreas do país.
O panorama é preocupante, especialmente em estados como Pará, Amazonas e Tocantins, onde as temperaturas podem ultrapassar os 37 graus, enquanto a umidade relativa do ar pode descer a níveis críticos, abaixo dos 20% durante as tardes.
A situação exige vigilância constante e medidas efetivas de adaptação e mitigação, enfatizando a necessidade de um plano robusto para enfrentar as condições adversas que afetam tanto a agricultura quanto diferentes aspectos da vida no Brasil devido às mudanças climáticas.
