Hoje, os mercados reagiram a uma “tempestade” no mercado financeiro. Os dados fracos do payroll (relatório de empregos) nos EUA, divulgados na sexta-feira (2), somaram com a decisão do Banco Central do Japão de elevar a taxa básica de juros no país, um iene valorizado e a escalada das tensões no Oriente Médio.
Impactado pela incerteza dos investidores, o Topix, um dos principais índices da Bolsa de Valores japonesa, chegou a entrar em circuit breaker, um mecanismo que interrompe as negociações da Bolsa por 15 minutos para os investidores pensarem. No fechamento, o índice registrou queda de 12,23%.
Esta “tempestade” ampliou a desvalorização dos principais índices do Japão (Topix e Nikkei 225), que despencaram quase 20% nos últimos três dias, levando-os ao pior desempenho desde 11 de março de 2011 — quando houve, no mesmo dia, um terremoto, um tsunami e um acidente nuclear.
Mudanças nas expectativas de juros nos EUA
Nos Estados Unidos, após os dados do payroll, que vieram abaixo do esperado, o mercado começou a temer uma possível recessão econômica, causando uma mudança nas suas apostas para o tamanho do corte de juros em setembro. Segundo a ferramenta de monitoramento do CME Group, a expectativa do mercado para um corte de 0,5 pp (ponto percentual) subiram de 22% para 69%, na última sexta-feira (2).
Queda no Ibovespa e S&P 500
Na semana passada, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrou uma queda de 1,29%, marcando a terceira semana consecutiva de baixa, após um período de quatro semanas de alta. O índice americano S&P 500 também caiu, com uma desvalorização de 2,06%.
Esse movimento foi intensificado pelo impacto cambial, que refletiu nas operações dos investidores brasileiros. A queda nos índices futuros de juros no Brasil, que caíram 2,96%, também chamou a atenção dos analistas.
Reação do dólar e cenário internacional
O dólar continuou sua trajetória de alta, influenciado por um movimento de vendas generalizadas (sell-off) nos mercados asiáticos, após todo o cenário envolvendo os juros no Japão. Há expectativas de que o dólar possa ultrapassar os R$ 6, o que levanta a possibilidade de intervenção do Banco Central para controlar a volatilidade.
Expectativas para o Brasil
No Brasil, a atenção se volta, principalmente, para a ata do Copom (Comitê de Política Monetária). Uma pista de uma possível retomada de cortes na taxa Selic, após uma pausa nos 10,50%, pode influenciar as decisões de investimento no país. Entretanto, a maioria das apostas ainda vê os juros no patamar atual até o fim do ano.
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Na série “Perspectivas da Semana” o sócio da Wise Investimentos, Sérgio Ricciardi, aprofunda as tendências e eventos que pautarão o mercado financeiro. Toda segunda-feira, no canal do YouTube do Monitor do Mercado.







