O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou a sua revisão do payroll (relatório de criação de empregos), e apontou que a economia americana criou 818 mil empregos a menos no período de abril de 2023 a março de 2024. O número total de vagas geradas nesse período foi ajustado de 2,9 milhões para 2,08 milhões, uma redução de quase 30%.
Antes da divulgação do relatório nesta quarta-feira (21), o banco norte-americano Brown Brothers Harriman (BBH) já projetava uma redução na criação de empregos entre 158 mil a 475 mil vagas. No entanto, alguns analistas chegaram a prever cortes de até 1 milhão de postos de trabalho no período analisado.
Após a revisão, o número total de empregos nos Estados Unidos foi ajustado para 153,6 milhões até março de 2024, com um aumento de 1,3% no período de 12 meses. Além disso, o crescimento salarial anual no primeiro trimestre de 2024 foi de 4,2%.
Revisão do payroll por setor econômico
O setor privado foi o mais afetado, com um ajuste negativo de 819 mil vagas, uma queda de 0,6%. Os setores de mineração (-11 mil), construção (-45 mil) e manufatura (-115 mil) também sofreram cortes significativos.
O comércio, transporte e utilidades também sofreram uma revisão negativa de 104 mil vagas, sendo o comércio varejista o mais impactado, com uma queda de 129 mil postos de trabalho. O setor de serviços profissionais e de negócios registrou a maior revisão negativa, com uma redução de 358 mil empregos. No entanto, o setor público foi uma exceção, apresentando uma revisão positiva, com a criação de mil novas vagas.
Impacto na decisão do Federal Reserve
Segundo a economista da Capital Economics, Olivia Cross, essa redução nos empregos não necessariamente implica uma revisão negativa no crescimento do PIB. Em vez disso, pode sugerir um aumento na produtividade. Ela acrescenta que esses dados podem influenciar o Federal Reserve (Fed) a considerar uma flexibilização na política monetária a partir de setembro.
Antes da divulgação da revisão do payroll, as chances do Fed reduzir os juros em 0,25% eram de 71%, segundo o monitoramento (FedWatch) realizado pelo CME Group. O resultado diminuiu levemente as probabilidades para 67,5%. Um corte na reunião de setembro já é considerado certo pelo mercado financeiro, a única dúvida paira sobre a magnitude do corte — 32,5% esperam um corte de 0,5%.
*Com informações da agência de notícias CMA.
