Os acionistas minoritários da Americanas – representados pelo advogado Daniel Geber – querem a responsabilização da PwC pela neglicência do rombo de R$ 20 bilhões nas contas da varejista. Desde a descoberta do “buraco” na quarta-feira passada (11), as ações despencaram 92%.
O advogado quer o bloqueio dos bens dos diretores e controladores da consultoria e da Lojas Americanas. Para Geber, não há como o caso ser tratado como negligência ou desatenção.
A PwC (PricewaterhouseCoopers), auditoria que fiscalizava e aprovava as contas da Americanas, deixou passar as “inconsistências contábeis” reveladas pelo ex-CEO, Sergio, Rial, que levaram a empresa ao processo de recuperação judicial.
Geber afirmou que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo. O MPF já investiga a venda de mais de R$ 210 milhões em papéis da companhia, quando as ações estavam em alta, em especial em setembro quando Rial foi anunciado para a presidência da varejista, meses antes do rombo vir a tona.
Em entrevista ao Monitor o Mercado, o advogado deixou claro que os processos judiciais não são contra a Lojas Americanas, mas sim contra os responsáveis pela situação criada dentro da empresa. Para os acionistas minoritários e para Geber, a consultoria, que fez a auditoria financeira da varejista, também é uma das principais responsáveis.
“A empresa em si (Americanas) não responderá judicialmente pelos assuntos criminais, há diversos indícios de crimes”, disse.
Além do caso das Lojas Americanas, a PwC protagonizou outros escândalos financeiros envolvendo outras gigantes do mercado – como a Evergrande (uma das maiores empresas do setor imobiliário chinês) e a Petrobras (investigada durante a operação ‘lava jato’).
A consultoria faz parte do seleto grupo chamado ‘Big Four’ composto pelas quatro maiores auditorias do mundo que são responsáveis por analisar as contas da maioria das empresas que têm capital aberto em diferentes bolsas de valores e mercados de capitais.
Passar por uma audioria das “Big Four” era sinônimo de credibilidade e garantia aceitação, já que demonstra (ou demonstrava?) conformidade com as regras seguidas por todas as demais empresas que participam do mercado.
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