Em 2024, o índice Merval, da bolsa de valores argentina, subiu 96%, desempenho 40 vezes maior do que Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que caiu 2,33% no mesmo período.
O desempenho é resultado do polêmico plano de austeridade (cortar gastos e aumentar a arrecadação de impostos) de Javier Milei, presidente da Argentina, segundo os especialistas ouvidos pelo site InfoMoney. A medida ajudou a reduzir inflação, manter o equilíbrio fiscal e registrar superávit fiscal primário no país.
Nesses primeiros nove meses do ano, a ação que mais disparou foi a de serviços financeiros Grupo Financiero Galicia, que subiu 237% até o momento. A estatal argentina de petróleo YPF, também registrou uma forte alta, com valorização de 72% no mesmo período.
Apesar da alta na bolsa argentina, o grupo financeiro Allianz colocou a Argentina no nível 4 em sua escala de risco, o maior nível de risco possível. Enquanto isso, o Brasil tem risco médio, ficando no nível 2.
Os pontos citados pela Allianz em relação à Argentina são:
- Inflação estruturalmente alta;
- Desequilíbrios macroeconômicos;
- Quadro institucional enfraquecido;
- Nove defaults soberanos (quando o país deixar de cumprir o pagamento de dívidas), sendo dois nos últimos 20 anos;
- Escassez de reserva câmbio; e
- Moeda fraca.
Em entrevista ao InfoMoney, Rafael Haubrich, head de offshore da Manchester Investimentos, disse que muitos fatores macro e microeconômicos podem influenciar o preço dos ativos, tornando-os imprevisíveis, mas falou que o orçamento argentino para 2025 chamou atenção dos investidores.
Por outro lado, ele destacou que “o país ainda passa por um cenário desafiador, com inflação alta e depreciação cambial, o que pode gerar novas pressões políticas sobre o governo atual”.









