A Petrobras (PETR4) e a mineradora Vale (VALE3), firmaram uma parceria para descarbonizar as operações da empresa de mineração. O acordo, que deve ser detalhado em breve, visa a criação de soluções para reduzir as emissões de carbono no transporte de carga utilizado pela Vale.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, revelou que a iniciativa também envolve o desenvolvimento de combustível renovável para veículos terrestres, ferroviários e embarcações.
“Vamos ajudar a Vale a descarbonizar sua mineração e vamos fazer uma parceria para as duas empresas se ajudarem”, afirmou durante as comemorações de 71 anos da Petrobras nesta segunda-feira (14), no Rio de Janeiro.
A petrolífera pretende antecipar para perto de 2035 sua meta de zerar as emissões líquidas de carbono e como parte de suas estratégias, atualmente tem condições de auxiliar a Vale no processo de descarbonização de suas atividades.
Em julho, a Petrobras também firmou um acordo com a Yara Brasil Fertilizantes, visando aumentar a produção de fertilizantes e desenvolver novas tecnologias de descarbonização para o setor.
Frota com combustível renovável
Magda Chambriard adiantou que a parceria focará na criação de uma frota mista com uso de combustível renovável. A proposta inicial prevê que 24% do combustível utilizado em caminhões e navios da Petrobras e da Vale será de origem renovável, como o óleo vegetal.
Ela destacou que a intenção é colaborar com o setor agrícola para fornecer a matéria-prima necessária, em vez de competir com o segmento.
Entre os principais benefícios da parceria, essa mudança pode impactar a logística e o transporte de cargas pesadas, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e aumentando a eficiência energética.
Reaproveitamento de plataformas da Petrobras
Além da parceria com a Vale, a Petrobras está avaliando a possibilidade de reaproveitar plataformas de petróleo que seriam desativadas. A presidente da estatal afirmou que um grupo de trabalho foi formado para analisar a viabilidade financeira dessa iniciativa, que poderá fazer parte do próximo plano de negócios da empresa, previsto para novembro.
O reaproveitamento de plataformas pode gerar economia significativa para a Petrobras, ao evitar o descarte de estruturas valiosas e estimular a indústria naval brasileira.
Essa movimentação é vista como uma medida de contenção de custos e eficiência operacional, o que pode ter desdobramentos positivos para os acionistas da empresa.
Desafios na construção de novas plataformas
A Petrobras enfrenta desafios para a construção de novas plataformas de exploração, devido ao aumento dos custos no setor. A diretora de Exploração e Produção, Sílvia dos Anjos, alertou que o país precisa de soluções mais acessíveis para evitar deixar reservas importantes da Bacia de Campos subaproveitadas.
Os elevados preços de plataformas de petróleo podem afetar a competitividade da Petrobras no futuro, caso não sejam encontradas alternativas mais econômicas.
Contratação de novos colaboradores
A Petrobras informou que, desde maio, já contratou mais de 3,5 mil novos funcionários. Contudo, a diretora executiva de Assuntos Corporativos, Clarice Coppetti, disse que não há previsão de novos concursos públicos no curto prazo.
A companhia ainda está chamando profissionais de um cadastro reserva, com foco em diversificar e ampliar sua força de trabalho. Essa ampliação da força de trabalho pode ser um indicador de que a Petrobras está se preparando para expandir suas operações nos próximos meses, o que pode ter impactos positivos no valor das ações da companhia.
Cotação de ações da Petrobras e Vale
No final da manhã desta terça-feira (15), as ações da Petrobras (PETR4) e da Vale (VALE3) registravam queda, puxando o índice Ibovespa para baixo, caindo 0,17%, aos 130.786 pontos.
O recuo das ações ocorre em meio à queda no preço das commodities e à expectativa pela divulgação do relatório de produção da Vale, previsto para após o fechamento do mercado.
As ações da Vale recuavam 1,39%, enquanto as ações da Petrobras PN cediam 1,19% e da Petrobras ON caíam 1,11%.
Com informações da agência de notícias CMA