A Hidrovias do Brasil (HBSA3) registrou um prejuízo líquido de R$ 49 milhões no terceiro trimestre, revertendo o lucro de R$ 71 milhões obtido no mesmo período do ano passado.
Os resultados foram influenciados por uma performance operacional mais fraca no corredor Sul e por uma alíquota de impostos elevada. O Ebtida ajustado, que exclui efeitos não recorrentes e considera as joint ventures, foi de R$ 175 milhões, uma queda de 33% em comparação com o ano passado.
As ações da companhia caem em ritmo acelerado nesta segunda-feira (11), despencando 4,31% por volta das 16h, negociadas a R$ 3,11. O BTG Pactual reiterou a sua recomendação de compra para os papéis, com um preço-alvo estipulado em R$ 6.
Volumes caem 19% em meio a desafios de navegação
A empresa também reportou uma queda de 19% nos volumes transportados no trimestre, totalizando 4,3 mil toneladas. A divisão regional mostra que o Corredor Norte, principal área de operações da empresa, teve recuo de 16%, enquanto o Corredor Sul caiu 43% devido a restrições de navegação.
Em contrapartida, as operações de Santos e navegação costeira apresentaram crescimento, com a receita de Santos, impulsionada pela nova operação de sal, somando R$ 37 milhões e um Ebitda ajustado de R$ 18 milhões.
Redução no Capex e aumento da alavancagem
O capital de investimentos (Capex) consolidado foi de R$ 69 milhões, 28% menor que no trimestre anterior. A empresa destinou parte desse montante para expansão no Corredor Norte e manutenção no Sul.
No entanto, a alavancagem da empresa, medida pela relação entre dívida líquida e EBITDA, subiu para 6,1 vezes, refletindo o EBITDA mais baixo nos últimos 12 meses e a desvalorização do real, que impacta a dívida dolarizada.
Perspectivas da Hidrovias do Brasil para o próximo trimestre
Os acionistas da Hidrovias do Brasil aprovaram um aumento de capital de até R$ 1,5 bilhão, que será utilizado para financiar a estratégia de expansão da empresa. A perspectiva para o quarto trimestre é de continuidade dos desafios, principalmente nos corredores Norte e Sul, onde a empresa realiza estudos para mitigar os impactos das condições de navegação.
A Hidrovias do Brasil negocia atualmente a um múltiplo de 6 vezes o valor da empresa sobre o EBITDA estimado para 2025. Contudo, fatores como a melhoria nas condições de navegação e o controle da alavancagem devem ser monitorados de perto pelo mercado antes de uma possível recuperação de confiança na empresa.