O Banco do Brasil (BBAS3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 8,3% em comparação ao mesmo período de 2023 e crescimento de 0,1% frente ao segundo trimestre de 2024.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) ficou em 21,1%, representando uma leve queda de 0,14 ponto percentual na comparação anual.
Nesta quinta-feira (14), as ações do banco passaram todo o pregão em queda. Na última hora de negociações, os papéis BBAS3 caíam 2,54%, a R$ 25,29. O BTG Pactual recomenda compra para as ações, com preço-alvo de R$ 34.
Principais linhas do balanço do Banco do Brasil
A taxa de inadimplência para atrasos acima de 90 dias na carteira do BB fechou o trimestre em 3,3%, registrando aumento de 0,53 ponto percentual em relação ao ano anterior e 0,33 ponto em três meses.
Para cobrir riscos de crédito, o banco destinou R$ 10,08 bilhões em provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD), alta de 29,2% no trimestre e de 34,2% em 12 meses. O aumento nas provisões foi influenciado pela participação do banco na capitalização da Americanas, que envolveu a conversão de dívidas em ações.
As receitas com prestação de serviços totalizaram R$ 9,09 bilhões, aumento de 4,9% na comparação anual, impulsionadas pela gestão de fundos, que somou R$ 2,45 bilhões, com alta de 14,2%. O BB encerrou setembro com R$ 2,47 trilhões em ativos, representando crescimento de 9,8% em um ano. O patrimônio líquido chegou a R$ 187,4 bilhões, uma elevação de 9,9%.
A carteira de crédito do BB alcançou R$ 1,2 trilhão, uma expansão de 13% em 12 meses. Os destaques foram os segmentos de pessoa jurídica, que avançou 13,5%, e agronegócio, que cresceu 13,7%, representando cerca de um terço da carteira de crédito. O agronegócio também se destacou pela inadimplência historicamente baixa.
Impacto da crise no agronegócio
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, mencionou o aumento de pedidos de recuperação judicial entre clientes do agronegócio, um fenômeno recente no setor. Segundo Medeiros, 210 clientes agropecuários do BB estão em recuperação judicial, equivalendo a 0,01% do total de clientes do setor.
A executiva enfatizou a importância de uma análise individualizada na concessão e regularização de crédito para ajustar o fluxo de caixa dos produtores em dificuldades. “É um instrumento utilizado por poucos, mas que traz efeitos negativos a todos”, afirmou Medeiros.