A varejista Lojas Renner divulgou ontem o balanço do terceiro trimestre. O lucro líquido foi de R$ 257,9 milhões, alta de 50% em relação ao mesmo período do ano passado, influenciado pela melhor geração operacional do segmento de
varejo, da menor alíquota efetiva de IR&CS, beneficiada pelo maior valor deliberado de juros sobre o capital próprio, bem como por incentivos fiscais considerados como subvenção para investimento. Às 12h45, as ações da companhia recuavam 4,26%, a R$ 29,17.
Para a XP Investimentos, a companhia reportou resultados mistos, com o EBITDA Ajustado 4% acima de sua projeção, e o foco no varejo se mantendo como o destaque. “A Renner se mantém otimista para o quarto trimestre, projetando um crescimento de receita em linha com o do terceiro trimestre vs 2019, e reiterando o guidance de entrega de margem bruta e EBITDA (pre-IFRS) em linha com o ano de 2019”, destacou a corretora.
A Genial Investimentos disse que as temperaturas mais frias que a média histórica para o período fizeram com que a varejista perdesse inclinação de crescimento de seu top line nesse terceiro trimestre. “A antecipação de compras do inverno acabou transferindo cerca de 5% de vendas do terceiro trimestre para o segundo trimestre, contribuindo para a perda de inclinação desse último trimestre”, detalhou a Genial.
A corretora destacou que a companhia se mantém em trajetória de fechar o gap de margens herdado da pandemia, se aproximando, trimestre a trimestre, do nível visto em 2019. “Vemos que a Youcom já consegue outperformar 2019. Além de emplacar o maior crescimento na receita líquida da varejista, o segmento de lifestyle jovem tem mostrado uma contínua assertividade e aceitação da coleção, o qual reflete em vendas a preço cheio durante todo o trimestre. A margem bruta da Youcom atingiu 61,4%”, apontou a análise.
O BTG Pactual também destacou a recuperação em relação aos níveis pré-pandemia, apesar das vendas terem sido antecipadas para o segundo trimestre devido às temperaturas mais frias.
“Ainda a vemos a empresa bem-posicionada para ganhar participação de mercado nos próximos trimestres no fragmentado segmento de varejo de vestuário brasileiro, à medida que os consumidores fazem o trade-down, garantindo um melhor momentum, apesar da pressão sobre os resultados da Realize devido as altas taxas de juros. Juntamente com uma melhora gradual na rentabilidade e uma confortável posição de caixa líquido, vemos a Renner em 18x P/L 2023, ainda justificando a recomendação de compra”, concluiu o BTG.
A corretora TradeMap fez um apanhado sobre as análises da companhia e mostrou que 11 de 15 analistas recomendam a compra de suas ações. Sobre o preço-alvo, a média foi de R$ 35,60 com pico de R$ 43 e mínima de R$ 30.
Para o Bank of America (BofA), a Renner continua bem posicionada para consolidar ainda mais o vestuário brasileiro. A companhia tem mostrado melhorias contínuas no produto, na cadeia de suprimentos e na logística.
“Acreditamos que a empresa deve aumentar gradativamente a inovação e a velocidade do produto, resultando em maior frequência de lojas e sites e permitindo aumento adicional de participação de mercado”, explicou o BofA, que manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 35.
Emerson Lopes / Agência CMA
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