O dólar à vista registrou o terceiro dia consecutivo de queda frente ao real nesta quinta-feira (5), encerrando a sessão em baixa de 0,63%, a R$ 6,01, após mínima de R$ 5,96. A queda foi impulsionada por sinais de avanço no pacote fiscal do governo no Congresso e pela fraqueza do dólar no mercado internacional.
Apesar da queda recente, a moeda americana ainda acumula valorização semanal de 0,14%, refletindo incertezas fiscais no Brasil e expectativas para a economia dos Estados Unidos.
Congresso avança em pacote fiscal
Na noite de quarta-feira (4), a Câmara dos Deputados aprovou a urgência para dois projetos relacionados ao plano fiscal do governo. Um deles trata do reajuste real do salário mínimo, enquanto o outro inclui novos gatilhos para o arcabouço fiscal, como limitações na compensação de créditos tributários e o bloqueio de emendas parlamentares.
Essas movimentações foram vistas como positivas por operadores de mercado, que aguardam mais definições para avaliar o impacto das medidas no equilíbrio fiscal do país.
Dólar enfraquece no exterior
No mercado internacional, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras moedas fortes, recuou nesta sessão, ficando abaixo dos 106 pontos.
A desaceleração do mercado de trabalho nos Estados Unidos, evidenciada por dados mais fracos de pedidos de seguro-desemprego e criação de empregos no setor privado, reforça a expectativa de que o Federal Reserve pode reduzir os juros em 25 pontos-base ainda este mês.
O fortalecimento do euro, impulsionado pela resolução da crise política na França, também contribuiu para a desvalorização do dólar globalmente.
Projeções ainda indicam cautela
Mesmo com a recente valorização do real, bancos internacionais, como o Deutsche Bank, mantêm projeções mais pessimistas para a taxa de câmbio, estimando o dólar a R$ 6,10 no fim do ano.
A justificativa é a ausência de “medidas críveis” no pacote fiscal do governo e a falta de confiança na capacidade do Banco Central de conter a desvalorização do real.