O dólar comercial fechou em queda de 0,90%, cotado a R$ 5,2530. Apesar do cenário de incertezas globais, com os Estados Unidos prestes a entrar em recessão, a moeda brasileira operou em movimento de correção.
Segundo o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “o mercado imobiliário veio pior que o esperado e aumentou o temor de uma recessão mais forte nos Estados Unidos”. O estrategista reitera que a recessão é inevitável, e a dúvida é qual será o tamanho dela.
O Índice de confiança das construtoras de moradias dos Estados Unidos caiu para 38 pontos em outubro, após atingir 46 pontos em setembro, de acordo com a Associação Nacional de Construtores (NAHB) e o banco Wells Fargo.
“Olhando os eventos externos, a cautela está voltando a prevalecer, após o começo da sessão ter sido positivo. Existem incertezas sobre a política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano)”, avalia Rostagno.
De acordo com o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “ontem o real teve uma performance ruim, e hoje está melhor que as outras moedas emergentes”.
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “a falta de notícias, é uma notícia positiva. O cenário global é desafiador para os ativos de risco, mas o real está destoando, ganhando força. É uma das poucas moedas que se valorizaram em 2022”.
Abdelmalack entende que apesar das eleições se aproximarem, o que tem causado mais impacto no câmbio é o cenário internacional, mas pondera: “O real poderia estar até melhor não fosse a disputa eleitoral”.
Paulo Holland / Agência CMA
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