O dólar comercial fechou em alta de 1,0%, cotado a R$ 5,3270. Isso é resultado da forte aversão global ao risco, com incertezas nas economias da China e Estados Unidos.
Segundo o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, “a semana nos confirma que os Estados Unidos estão com um problema difícil de ser resolvido, que é a inflação alta, resiliente e disseminada”.
Borsoi entende que o mercado ainda precifica alta nas duas próximas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês): “As perspectivas são de um Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mais agressivo, o que resulta em maior aversão ao risco no mercado. O dólar, de modo global, se apreciou muito esta semana”, contextualiza.
“O minério de ferro está em uma posição muito crítica, e isso demonstra a volta da preocupação com a China, com o retorno dos lockdowns por lá. Foi uma semana muito ruim para as moedas de países ligados às commodities”, avaliou Borsoi.
De acordo com o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “com o dado de varejo acima do esperado, o dólar volta a se fortalecer. Essa deve ser a tônica do mercado até o final do ano, o cenário dos juros nos Estados Unidos é muito desafiador”.
As vendas no varejo norte-americano ficaram estáveis em setembro ante agosto, e somaram US$ 684 bilhões.
Rostagno acredita que o dólar opere em uma banda larga entre R$ 5,10 e R$ 5,40 até o final do ano, e mantenha-se fortalecido: “Não há perspectiva de valorização no curto prazo”, projeta.
Para a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, “a taxa de câmbio segue refletindo o mau humor do cenário externo, em especial os dados de inflação nos Estados Unidos, que seguem pressionados”.
Consorte se refere ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que subiu 0,4% em setembro ante agosto (projeção de +0,3%), enquanto o núcleo teve alta de 0,6%, também acima das expectativas (0,4%).
Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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