O Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BoE) decidiu, por 6 votos a 3, manter a taxa básica de juros em 4,75% na reunião encerrada nesta quinta-feira (19). A decisão reflete preocupações com a inflação acima do esperado e sinais de desaceleração no crescimento econômico do Reino Unido.
Nesta quarta-feira (18), o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) mostrou uma alta anual de 2,6% em novembro, acima das projeções do mercado.
O aumento foi impulsionado por preços mais elevados de bens essenciais e alimentos, enquanto a inflação de serviços continua elevada. O BoE indicou que a inflação do CPI deve aumentar ligeiramente no curto prazo.
Crescimento econômico revisado para baixo
O BoE revisou para baixo suas projeções de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre deste ano. O PIB, que inicialmente tinha previsão de crescimento de 0,3%, agora deve permanecer estagnado. Indicadores de curto prazo também mostram queda na atividade econômica.
No mercado de trabalho, os ganhos salariais têm sido mais voláteis, com projeções para acordos salariais de 2025 situando-se entre 3% e 4%.
O Banco da Inglaterra reforçou que continuará adotando uma política monetária restritiva até que os riscos de inflação persistentemente elevada sejam eliminados. Decisões futuras serão guiadas pelos dados econômicos em evolução.
Análise da Capital Economics
A Capital Economics classificou a manutenção dos juros como “dovish” (inclinação para afrouxamento). A consultoria destacou com surpresa o fato de três membros do colegiado terem votado por um corte de juros, enquanto o mercado esperava apenas um voto dissidente.
A Capital Economics projeta cortes de 25 pontos-base por trimestre a partir de 2025, com a taxa básica chegando a 3,50% ao final do ano. A consultoria acredita que o mercado está subestimando o ritmo de cortes, precificando apenas dois cortes ao longo do próximo ano.









