As empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira (B3) desvalorizaram R$ 130,6 bilhões no pregão da última quarta-feira (18) durante o pior pregão para o Ibovespa desde novembro de 2022, segundo análise da consultoria Elos Ayta.
Na ocasião, pessimismos em relação ao cenário fiscal brasileiro e reações a sinalização do Federal Reserve de menos cortes nos juros nos Estados Unidos afetaram o desempenho da Bolsa. O valor de mercado das empresas caíram de R$ 4,16 trilhões para R$ 4,03 trilhões na comparação com o pregão de terça-feira (17).
Entre as 322 empresas listadas, apenas 68 conseguiram escapar das perdas, evidenciando o clima de aversão ao risco em dia de liquidação de ativos.
Petrobras, BTG e Itaú lideram quedas na Bolsa
A pesquisa revela, ainda, que algumas das principais ações da Bolsa, como Petrobras, BTG e Itaú, foram as protagonistas das grandes perdas do dia.
Confira o ranking de desvalorização das ações:
- Petrobras (PETR4): lidera as desvalorizações, com perda de R$ 12,2 bilhões em valor de mercado. As ações fecharam o pregão em R$ 503,7 bilhões, impactadas principalmente pela volatilidade dos preços internacionais do petróleo e pelo cenário fiscal no Brasil.
- BTG Pactual (BPAC11): teve a segunda maior desvalorização na B3, com perda de R$ 11,1 bilhões. O banco encerrou o dia com R$ 128,1 bilhões em valor de mercado.
- Itaú Unibanco (ITUB4): teve uma desvalorização de R$ 8 bilhões, terminando o dia avaliado em R$ 284,1 bilhões.
10 maiores perdas acumuladas na Bolsa
Segundo levantamento da Elos Ayta, as 10 empresas listadas na B3 que mais perderam valor acumularam juntas uma redução de R$ 63 bilhões, após desvalorizar de R$ 2,02 trilhões para R$ 1,96 trilhão.

Setores estratégicos, como o financeiro e o industrial, puxaram o movimento de queda. Além de Petrobras, BTG e Itaú, outras três empresas se destacaram no ranking de perdas:
- Vale (VALE3): desvalorizou R$ 5,5 bilhões
- Ambev (ABEV3): recuou R$ 5,3 bilhões
- Bradesco (BBDC4): teve queda de R$ 5 bilhões
Outras empresas como Ambipar (AMBP3), Weg (WEGE3) e JBS (JBSS3) também contribuíram para a queda geral. No setor bancário, BTG, Itaú e Bradesco, somaram perdas de aproximadamente R$ 24 bilhões.
Cenário macroeconômico pressiona ativos
O pessimismo que refletiu o baixo desempenho no pregão de quinta-feira foi impulsionado tanto por fatores externos quanto internos. No cenário global, sinais de aperto monetário em economias centrais aumentaram a pressão sobre ativos de risco.
Já no Brasil, as incertezas fiscais e o desempenho abaixo do esperado em setores estratégicos, como petróleo e commodities, agravaram o clima de aversão ao risco.
O desempenho desses setores reforça a preocupação e incertezas do mercado para 2025, o que pode tornar mais propício um movimento de maior procura dos investidores por ativos defensivos, na ausência de sinais claros sobre a recuperação do cenário macroeconômico.