O cartão de crédito é uma ferramenta financeira amplamente utilizada pelos consumidores, mas as taxas de juros associadas podem ser surpreendentemente elevadas. Recentemente, o Banco Central do Brasil divulgou dados que indicam um aumento nas taxas de juros do crédito rotativo, que passaram de 438,9% para 445,8% ao ano. Esse movimento destaca a importância de compreender a mecânica por trás dessas cifras.
Além dos juros do crédito rotativo, a taxa de crédito parcelado também registrou um pequeno aumento, subindo de 180% para 183,3% ao ano. Esse cenário reforça a necessidade de cautela por parte dos usuários de cartões de crédito, que devem estar atentos aos custos envolvidos nas transações a crédito.
Como São Calculadas as Taxas Anuais?
Uma questão que muitos consumidores podem ter é como as taxas anuais exorbitantes são calculadas. As estatísticas do Banco Central são baseadas na extrapolação das taxas mensais para um período anual. Isso significa que, embora as taxas apresentadas possam parecer altíssimas, nem sempre refletem a realidade enfrentada pelos consumidores, que geralmente liquidam suas dívidas no cartão em períodos mais curtos.
Mesmo que esses números projetados possam sugerir um descumprimento da lei quanto ao limite de juros do rotativo e parcelado, é essencial compreender que se tratam de estimativas estatísticas. A série histórica fornecida pelo Banco Central permanece uma referência crucial para avaliar as tendências de aumento ou diminuição dos juros no mercado.
Qual o Impacto da Nova Legislação sobre Juros?
No início de 2024, entrou em vigor uma legislação que limita os juros do crédito rotativo e parcelado a não mais que 100% do montante principal da dívida. Essa medida, aprovada pelo Congresso Nacional, visa proteger os consumidores de encargos excessivos. No entanto, a ausência de consenso dentro do Conselho Monetário Nacional resultou na implementação direta desse teto máximo.
Essa mudança regulatória busca tornar o ambiente financeiro mais previsível e equilibrado, estabilizando o custo do crédito no país. Porém, a eficácia e o impacto real dessa legislação continuam sendo observados, especialmente em como os bancos ajustam suas práticas para operar dentro do novo limite.

O Crescimento do Crédito no Brasil
Além das mudanças nas taxas de juros, o relatório do Banco Central revelou um crescimento significativo no crédito ampliado ao setor não financeiro, que atingiu R$ 18,2 trilhões em novembro. Esse montante representa 156% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, sinalizando o peso do crédito na economia nacional.
O aumento no crédito é notável tanto para empresas, com um total de R$ 6,5 trilhões, quanto para as famílias, que alcançaram R$ 4,2 trilhões. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo Sistema Financeiro Nacional, que viu um aumento considerável nos empréstimos ao longo do último ano.
Taxa de Inadimplência em Declínio
Outro ponto de destaque no relatório é a queda contínua na taxa de inadimplência, que chegou a 3,1% do total de créditos. Esse dado é encorajador, pois sugere maior capacidade de pagamento por parte dos tomadores de crédito, refletindo uma potencial melhoria na gestão financeira dos consumidores.
Embora ainda haja desafios a serem enfrentados, como o elevado endividamento familiar, que está em 47,9%, a tendência de redução discreta na inadimplência sinaliza uma esperança de estabilidade econômica em breve.









