O Presidente da Federação dos Bancos (Febraban), Isaac Sidney, declarou em entrevista à Globonews nesta sexta-feira (3), que o crédito vive seu melhor momento desde a pandemia e que a Febraban estima uma alta de 9% do crédito em 2025.
Sidney também comentou sobre estimativas de que haja o início de um novo ciclo de corte de juros pelo Banco Central (BC) neste ano, com as perspectivas dos bancos para a economia com o pacote do ajuste fiscal aprovado no final de 2024.
Perspectivas dos bancos para o crédito em 2025
O presidente da Febraban declarou na entrevista que o crédito seguirá sendo uma alavanca importante para o crescimento da economia este ano.
Ele também mencionou sobre a atuação do Governo em relação à economia e ao pacote de corte de gastos; de que está na direção correta, mas precisa conseguir chegar ao destino.
Projeções sobre o pacote fiscal
Segundo pesquisa da Febraban, os grandes bancos estimam que até o meio do ano o Banco Central (BC) já tenha condições de cortar juros, e fazem projeção de uma taxa de juros a 15% no fim de 2025.
Os bancos também acreditam que o governo alcance uma economia de R$ 55 bilhões no pacote do ajuste fiscal aprovado pelo Congresso o final de 2024. No entanto, deve perseguir sua própria estimativa, de R$ 70 bilhões.
Sidney enfatiza que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está ciente de que no mercado há uma crise de confiança e está decidido a enfrentá-la. A partir das iniciativas do governo, os bancos então, decidiram dar um “voto de confiança” ao pacote de ajuste fiscal parcialmente desidratado pelo Congresso.
“O governo está fazendo a parte dele ao enviar esse pacote, o Congresso Nacional de igual forma, e nós precisamos continuar dando um voto de confiança ao governo para perseguir e perseverar a trazer essa trajetória da dívida e das despesas para um processo de estabilização e de equilíbrio fiscal”, afirma Sidney.
Inflação pode ceder em 2025
Em relação à inflação, Issac Sidney pontua que a inflação pode começar a ceder ainda neste ano para o centro da meta de 3%. No entanto, os dados consolidados de 2024 ainda não foram divulgados. A projeção do mercado é de 4,9%, o equivalente a 0,4 ponto percentual acima do teto da meta de 4,5%.
Segundo ele, a queda da inflação estaria atrelada à postura do BC de adotar uma política monetária mais restritiva. Uma pesquisa realizada pela Febraban no final de dezembro com 19 instituições financeiras, indicou um aumento da inflação acima do esperado pelo mercado financeiro e que a taxa básica de juros deve subir a 15% até junho, para somente depois mostrar uma redução significativa.